Autor: Aristoteles Drummond
Infelizmente, a busca desesperada pelo poder, usando do palavreado fácil, promessas e medidas de alcance imediato, tem apequenado as democracias pelo mundo. E aqui não tem sido diferente. No lugar de um projeto amplo de água e esgoto, preferem uma ligação precária para garantir os votos na próxima eleição.
A história da última grande guerra começa a ser estudada e divulgada com maior liberdade, com novos pesquisadores e historiadores independentes em relação a compromissos ideológicos. São episódios conhecidos, mas até agora longe da grande maioria dos livros, que evitavam tocar em pontos que poderiam deixar mal países vencedores.
No Brasil, as coisas demoram a acontecer sob todos os aspectos. Briga-se com a modernidade, na era da tecnologia de ponta, na competição acirrada entre países, quando empresas estão na busca do progresso e do lucro.
Cada época tem seus valores e suas práticas, portanto, não podem ser julgadas pelos conceitos atuais. Por isso, a história existe para registrar os fatos sob a ótica do tempo em que se passaram.
Recordando ainda o convívio com brasileiros que souberam dignificar a vida pública, com idealismo, probidade e sem motivações ou ambições pessoais, apresento, outros exemplos que podem inspirar as novas gerações e animar os desiludidos com a pobreza de nossos atuais quadros.
No final e início de ano, há mais de uma comemoração. A dos judeus, normalmente, acontece em setembro ou outubro, e de boa parte dos cristãos, em dezembro, com o Natal, e em 6 de janeiro, Dia dos Reis.
O estadista Oswaldo Aranha, que era dono de uma razoável cultura política e embaixador histórico do Brasil nos EUA – posição que sempre abrigou notáveis como Carlos Martins, Amaral Peixoto, Walter Moreira Salles e Roberto Campos –, declarou certa vez que o Brasil “era um deserto de homens e ideias”. Dentro do contexto internacional, uma correta constatação, mas com exceções, em que ele mesmo era uma delas.
Nesse mundo globalizado, interligado pela informação online, já não existem dúvidas sobre a receita do pleno emprego, do crescimento industrial, comercial, dos serviços e do agronegócio, quando não sofre problemas de natureza política, de inspiração ideológica ou meramente da exploração da ignorância popular na busca de votos e conquista do poder para fins pouco nobres.
A leitura de biografia do senador Filinto Müller lançada recentemente chamou minha atenção para a presença de várias gerações de famílias ligadas à função pública ou à atividade cultural de relevo, em plena República. Normalmente, achamos que nobreza passava de pai para filho pelos títulos, quando estes o permitiam na monarquia.
Surgiu um caso raro de político com quase 30 anos de mandatos, de expressão nacional, que se reciclou, assumindo uma postura moderna, transparente e realista. Trata-se do prefeito de Manaus, pela terceira vez, Arthur Virgílio, que foi deputado e senador com destaque.
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