Autor: Aristoteles Drummond
O Brasil vive um momento que beira à insanidade, irresponsabilidade e insensibilidade. O povo padece com o desemprego e os serviços precários na saúde e na educação.
A política no Brasil cria palavras e expressões curiosas. Depois do regime militar, só se falava “em resgate da dívida social” e no “entulho autoritário”. Mas, decorridos 30 anos, a dívida social aumentou e o autoritarismo ganhou novas formas, marcadas pela ação da corrupção ou do compadrio. As palavras mérito, competência e austeridade foram varridas.
A confusão causada por uma exposição em Porto Alegre, encerrada pelo patrocinador antes do previsto, não é nenhuma novidade na vida brasileira. Nos anos 1920, o escritor, jornalista e ensaísta Humberto de Campos, o que mais vendia livros, criou uma revista voltada para temas de sexo com o nome de A Maçã, em que aparecia com o pseudônimo de Conselheiro XX. Jackson de Figueiredo, intelectual e muito católico, ficou chocado com a publicação e, sem saber quem era o verdadeiro editor, considerou-a atentatória aos bons costumes e defendeu sua apreensão pela polícia. Detalhe: Humberto já vinha assinando colaboração para os…
A sociedade anda intolerante, preconceituosa, rancorosa e sem observar o cenário nacional e os tempos que vivemos. Falta a luz do bom senso para entender que cada momento é um momento e que cada personagem tem o seu momento. Devemos procurar agir de acordo com o possível e não pela via das paixões ou das “verdades” de cada um. Anda faltando humildade por tudo quanto é lado. A começar pelo comportamento lamentável de ocupantes de altos cargos, dominados por vaidades, ambições, mesquinharias, preconceitos; sem compromisso com a verdade, a paz, o interesse nacional. Ninguém quer abrir mão de suas verdades,…
O país está mergulhado na crise e a sociedade vive a discutir questões alheias à solução dos problemas políticos, econômicos, sociais e até mesmo de natureza jurídica. Enquanto isso, a economia não consegue acompanhar o desempenho dos demais países. Estamos felizes com uma estagnação controlada e pela situação não ser ainda pior. O que, convenhamos, é um absurdo.
Em muitas cidades da Europa, os cemitérios são pontos turísticos e Panteão para os mais notáveis, homens que construíram a história do Ocidente.
Foi-se o tempo em que a oratória era fator determinante para o sucesso de um político. Ou mesmo a habilidade nas articulações. Antes praticada por pequenos grupos, divididos em governo e oposição, a política pós-redemocratização passou a ter como atores principais o eleitor, a opinião pública, os resultados econômicos e sociais.
Um dos fatores da crise nacional, ampla pois envolve os três poderes e a economia é que nossa democracia, retomada em 1985, pela iniciativa dos militares, sob o comando do presidente Figueiredo, deixou-se levar por todos os tipos de excessos. Foi isso que nos trouxe a esse derretimento e apodrecimento das instituições, muito mais para um regime anárquico do que uma democracia moderna.
Muita gente pensa que nossa presença militar em conflitos tenha se limitado à Guerra do Paraguai, à nossa participação no final da Segunda Grande Guerra e à quase que simbólica presença na Primeira Guerra, onde a nossa Marinha de Guerra esteve presente. Mas não foi assim.
Carlos Chagas, meu saudoso amigo e príncipe de nossos cronistas de política por mais de quatro décadas, se referia com frequência a obra inglesa O Médico e o Monstro, para comentar a contradição de governos ou políticos no trato de assuntos de alto interesse nacional. O mesmo governo ou político que acertava era o que, a seguir, errava.
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