Autor: Aristoteles Drummond
Neste momento de ressurgimento do Rio, estado e capital, antes de estudos pretensiosos e nem sempre ligados à realidade, e cabíveis na pressa que a sociedade pede, pode-se buscar em experiências anteriores vitoriosas a fonte de inspiração para a geração de eventos de sucesso e geração de novos. A fama internacional do Rock in Rio fala por si só. Mas tivemos aqui, nos anos 1960, o sucesso dos festivais da canção e do cinema, em tempos em que se poderia supor hostis ao meio artístico, geralmente inconformado. Mas não foi o que aconteceu. Ambos os eventos fizeram do Rio notícia…
Há muitos anos, Alexandre Cardoso, prefeito de Duque de Caxias, levantou a ideia de uso da baia para o transporte de massa. A rota seria mais ou menos aquela feita no século XIX pelo Imperador em seu deslocamento para Petrópolis. Muitos pensavam que o embarque era no Rio, na estação da Leopoldina. Mas não, a viagem começava de barco, ia até Mauá e, dali, seguia de trem pela subida da serra. Restabelecer o uso das águas, com algum investimento na dragagem, é claro, permitiria abrir três ou quatro pontos de desembarque, descongestionando as vias Vermelha, Brasil e Washington Luís, com…
Procura-se no mundo ligar movimentos populistas, com afinidades na direita no que toca à defesa dos valores da família, do patriotismo e da fé cristã, com uma direita intelectualmente preparada, com embasamento histórico e filosófico. A direita populista tem como referências Trump, Bolsonaro, Le Pen e outros campeões de votos, mas de pouco conteúdo. Ambos os segmentos só têm mesmo em comum a oposição às políticas e aos políticos de esquerda. No Brasil, o movimento mais sério em relação à direita é composto por jovens, na sua maioria, com menos de 50 anos e com boa base cultural, acadêmica, que…
Chocado com o termo “putaria” usado por uma jornalista paulista, presente na mídia nacional com grandes espaços, fiquei pensando que a falta de classe, de respeito, de educação, chegou a tal ponto em nosso país, que inclui as mulheres, um último reduto de delicadeza e sensibilidade. Ódio ideológico, despreparo para aceitar a democracia. Nestas quase seis décadas de jornalismo, assisti a importância da presença feminina crescente no jornalismo, começando pelo econômico, com as dedicadas Teca, do JB, Ramona, de O Globo, e Rosa Cass, no O Jornal e na Tribuna da Imprensa, entre outras. Os consagrados textos de Marina Colassanti,…
O que estamos assistindo no Brasil é uma corrente de alta irresponsabilidade no comportamento da sociedade como um todo. O bom senso, equilíbrio, pragmatismo, responsabilidade e a solidariedade desapareceram nestes meses de pandemia. Quem tem o seu garantido se dedica à política e ao proselitismo do ódio, do ressentimento, da paixão exacerbada, do fanatismo e da cegueira quanto à realidade. O negacionismo encontra terreno fértil nas mais incríveis situações. Duvida-se até de que as mortes e a tragédia que se passa nos hospitais são frutos da pandemia. Quando é muito pela má compreensão por parte da população,por ignorância ou má…
O destino, como sempre surpreendente, levou um jovem quadro da política fluminense a chegar ao Senado . Foi convocado para a suplência do deputado de nove mandatos Arolde Oliveira, na disputa pelo Senado, Carlos Portinho, um jovem de 47 anos, mas já com serviços prestados na vida pública, como secretário municipal e estadual, candidato vereador na capital e advogado de sucesso, atuando na área esportiva e na militância rubro-negra. Com a morte do antigo e correto parlamentar, ele assumiu como senador. Logo chamou a atenção de seus pares pela conduta coerente com as melhores tradições da Câmara Alta, que no…
Muito triste o que se passa no Brasil. Em plena crise da pandemia, com o maior número de mortos em todo o mundo nas últimas semanas, os governadores fazem política, se ocupam com a disputa por espaços na mídia, geralmente por meio de manifestações hostis ao governo federal. O presidente Bolsonaro não tem sido feliz, ou nunca foi, no trato do assunto em suas declarações sobre a pandemia. Adota postura negacionista deplorável. Mas o fato é que liberou quase 80 bilhões para os estados gastarem no combate à pandemia; o Ministério da Saúde acompanhou e apoiou os acordos da Fiocruz…
O Rio continua em crise, com evidente esvaziamento econômico, sem investimentos privados previstos, iniciativas oficiais de atração do capital e da geração de empregos, sem perceber que outros estados estão se movimentando para uma breve recuperação, pelo menos, do emprego, e com boas vagas. Vivemos ainda uma possibilidade de apagão na mão de obra, com o Sistema S mais voltado para outras atividades do que aquela que inspirou Getúlio Vargas na criação de centros de gestão privada para a formação de mão de obra qualificada. Mas as entidades andam mais voltadas para outras missões nobres, como cultura e estudos econômicos,…
Embora os acordos entre Portugal e Brasil tenham evoluído muito nas últimas décadas, a CPLP não ter ganhado a relevância sonhada por Mário Soares e Itamar Franco, sob a inspiração de José Aparecido de Oliveira, a lembrança da lusitanidade no país é imensa. A comunidade portuguesa vem diminuindo, com maior presença das classes médias no pós 25 de abril, em que parte da segunda geração de exilados ficou no Brasil. Mas permanece os traços culturais, na literatura, na gastronomia, nas igrejas e conventos dos séculos XVII, XVIII e XIX, na arquitetura de centenas de palácios, edifícios públicos e sede de…
É uma pena se constatar que os homens que fizeram o Brasil no século XX no front da imprensa, em geral, acabaram sem sucessão, no mesmo padrão da participação intensa na vida nacional, com idealismo, convicções e compromisso democrático. Assim foi com Assis Chateaubriand, criador da maior rede de jornais, rádios e televisões do Brasil, e da revista de maior circulação na América Latina. Seu império, que tentou perpetuar nas mãos de companheiros, foi-se desgastando e hoje está muito reduzido e sem relevância. O Estadão trocou de mãos, sem a força moral e a coerência dos Mesquita em três gerações,…
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