Autor: Aristoteles Drummond
Rio – Comparando o histórico de nossas eleições na segunda metade do século passado com as atuais, choca a queda na qualidade dos políticos em disputa. Parece que vivíamos em outro país.
“O país perdeu a inteligência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta…
A campanha eleitoral, que teve ontem sua primeira etapa encerrada, foi marcada pelo uso e abuso das redes sociais e até mesmo da mídia em geral para divulgar inverdades sobre candidatos e partidos políticos. O sentido crítico extrapolou os limites da verdade e da ética, facilitando uma exacerbação de ânimos no eleitorado como jamais visto.
Campanha eleitoral e agravamento da crise econômica provocam naturalmente a busca de motivos e da análise das soluções.
Quando do movimento que derrubou o presidente João Goulart em 1964, o Brasil estava às portas de uma transformação em “república sindicalista”, que, na verdade, era um projeto da União Soviética, tendo como ponta de lança a Cuba de Fidel Castro. Na época, a Igreja Católica desempenhou um papel fundamental na mobilização da sociedade contra o comunismo.
O grande escritor brasileiro Erico Verissimo, cujos livros foram editados e bem vendidos em Portugal, inclusive com edições recentes, escreveu suas memórias, em 1971, pela Editora Globo, de Porto Alegre, em dois belos volumes sob o título de Solo de Clarineta. A edição de luxo foi presenteada pela então maior agência de propaganda do Brasil, a MPM, no Natal de 1971. Erico era homem de personalidade e temperamento difícil – apesar do sucesso literário, nunca aceitou disputar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, por exemplo.
“O país perdeu a inteligência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta…
As entrevistas do General Hamilton Mourão, companheiro de chapa do deputado Bolsonaro, tem sido altamente didáticas na medida em que relembra à opinião pública a seriedade e o preparo de nossos oficiais generais. Tem mostrado conhecer o Brasil, seus problemas e sua diversidade, enfatizando a importância da união de todos em torno de um projeto nacional de recuperação econômica, social e moral.
O impulso que a economia brasileira teve na segunda metade do século passado, com o surgimento de grandes empresas, contou com a presença de três vertentes de capital. E o pontapé inicial foi dado com o dinheiro público, na criação de empresas estatais que vieram a se colocar entre as mais importantes de suas áreas, a nível internacional.
Há meio século comecei aqui, em O DIA, a coluna “Falando de Política”, aos domingos. Foram muitos os pleitos que testemunhei e pude analisar. Não existe eleição pré-definida, algumas apenas com indícios, como a de Jânio Quadros, em 1960. Foi um fenômeno, muito auxiliado pela indiferença de JK em fazer seu sucessor, preferindo um imprevisível Jânio, que, certamente, não atrapalharia sua volta em 1965. Por isso, deixou prosperar o candidato das esquerdas, o ingênuo Marechal Lott.
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