Autor: Aristoteles Drummond
O parto dos vices que disputarão a próxima eleição foi mesmo nos últimos minutos do segundo tempo, como diria um comentarista esportivo. No Brasil, nove assumiram e outros tantos tiveram passagens interinas pela presidência em diferentes crises.
A falta de emprego é um problema mundial grave e preocupante – especialmente no caso dos postos mais protegidos e bem remunerados. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), uma das entidades mais importantes para a economia mundial, alertou muitos países sobre equívocos em suas legislações relativas ao emprego, fruto de uma avalanche de leis que estimulam o uso da eletrônica moderna em substituição à mão de obra, reservando as novas oportunidades aos serviços de remuneração inferior.
A Espanha, de tantas tradições e feitos na história universal, de grandes personagens na literatura, nas artes, na religião, vive um momento menor, marcado pelo ressentimento, ódio e desrespeito à história. E tudo sob o silêncio dos que deveriam ser, em teoria, suas elites.
A demagogia eleitoreira de muitos de nossos políticos e a omissão da maioria silenciosa têm feito de nosso país palco de situações que beiram o ridículo. E, quando não, à absoluta injustiça.
As últimas décadas têm mostrado que os portugueses, independentemente do partido no poder, gosta de uma figura acima das disputas, um ser paternal a quem se possa recorrer em caso de necessidade. Podemos supor que de certa maneira Salazar desempenhou esse papel de monarca, pois governou apoiado pelos militares e aceito pelo povo, colocando ordem no país que estava à beira do caos econômico, político e social. Teve forte apoio popular, apesar de nunca ter cortejado a popularidade.
Mundo globalizado em tudo. Estamos nesse processo eleitoral com o nosso país dividido, com muitos candidatos, muitas propostas, uns mais fortes do que outros em alguns estados, numa incerteza que se reflete na crise econômica e social. Os políticos parecem fora da realidade, distantes do drama do desempregado, do colapso na infraestrutura, dos gastos acima do programado. O eleitor nem sabe que os deputados que trabalham nas comissões e nas relatorias não aparecem no noticiário. E há muitos que atuam de forma correta.
Este agosto marca o centenário de um dos maiores realizadores da história republicana: Mario Andreazza. Poucos fizeram tanto pelo país em termos de estradas, saneamento, habitação e pela integração de territórios como Rondônia e Roraima, hoje estados da federação.
Impressiona que as grandes empresas, a começar pelas multinacionais, não estejam acompanhando com um mínimo de preocupação o processo para provocar um caos social, incitando a insatisfação popular, com agressão aos valores da história e da cultura dos povos. E isso em todos os recantos do mundo, visando uma implosão do capitalismo.
Os governantes brasileiros e boa parte da sociedade em geral se satisfazem com a ilusão de que somos um grande país, com mais de 200 milhões de habitantes e mais de oito milhões de quilômetros quadrados. Décima economia mundial – fomos a oitava, no final do governo Figueiredo – e campeões no agronegócio em produtos nobres, como carne, café, soja, açúcar.
A melhor tradição de integração entre brasileiros e portugueses não tem o toque dos governos. Até a criação da CPLP por Mario Soares e Itamar Franco, a relação entre eles não passava de troca de amabilidades e identidades gastronômicas.
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