Autor: Aristoteles Drummond
O Brasil cada vez mais singular, pedindo uma maneira diferente para ser avaliado. O governo Bolsonaro vem apresentando um elogiável acervo de realizações, consolidando nos que acompanham de perto a política a certeza de que ele fala muita bobagem, equivocado total na pandemia mas com excelentes diretrizes d acervo de obras. Na pandemia, foi inconveniente desde o início. Chamou de “gripezinha”, depois disse que “todo mundo morre um dia” e, mais adiante, brincou que, ao tomar vacina, a pessoa “podia virar jacaré”. Ridicularizou o uso da máscara, não tomou vacina, criticou isolamento e lockdown, demorou na compra das vacinas alegando…
Não resisto a dividir com os leitores, neste início de ano eleitoral, a delícia que foi aproveitar a semana de festejos suspensos pela pandemia para reler, por acaso, o delicioso livro “30 Anos de Reportagem”, do inesquecível jornalista Ibrahim Sued, que ele publicou em 1983, com a colaboração das irmãs Anna Maria Ramalho e Bebel Monteiro. O Brasil daqueles tempos era diferente. Ibrahim foi testemunha e ator da história naquelas três décadas, até um pouco mais. Narra episódios a serem recordados. Em referência ao presidente Marechal Castelo Branco, homem cioso de sua autoridade e, segundo Ibrahim, com controlada vaidade, conta…
O noticiário sobre aqueles anos em que o regime autoritário era combatido por organizações financiadas e treinadas pelo comunismo internacional, sendo Cuba o agente mais atuante, raramente se refere aos crimes cometidos pelos integrantes da denominada “luta armada”. A escalada da violência é que determinou, em 1968, o endurecimento do regime através do Ato Institucional nº 5, que deu maior liberdade ao combate aos movimentos subversivos. Além da aventura irresponsável com que veteranos militantes jogaram jovens idealistas na conhecida “guerrilha do Araguaia”, as margens do rio do mesmo nome, na Amazônia, os atos terroristas urbanos foram mais exitosos e sanguinários.…
O Rio de Janeiro sempre foi uma cidade desejada para se viver e trabalhar. Além das belezas naturais, bons serviços médicos, estabelecimentos de ensino de referência, atrações culturais de grande potencial, patrimônio histórico, igrejas ricas, um clima alegre de alto astral na sua população. Quando capital do Império e da República, o Rio era destino disputado pelos diplomatas de todo mundo. Basta se recordar das qualidades dos que representaram seus países no Brasil. A sede nacional das grandes empresas nacionais e multinacionais era na Cidade Maravilhosa. Até os bancos sediados formalmente em outros estados tinham seus principais dirigentes ou controladores…
Os militares de alta patente ligados ao governo, incluindo o vice-presidente, Hamilton Mourão, e políticos experientes manifestam preocupação com a relutância do presidente Bolsonaro de reconhecer sua inviabilidade eleitoral. O nível de rejeição dificilmente será revertido, o que o coloca como que previamente derrotado numa eventual segunda volta. A esse grupo, junta-se o alto empresariado, especialmente o de São Paulo, que estaria assustado com a possibilidade da volta de Lula ao poder, menos por ele e mais pelo seu entorno, muito radical. O que ocorre no Peru, Argentina e no Chile é a eleição de uma esquerda radical, disposta a…
Relendo o Em Vez, livro de crônicas de Carlos Lacerda, saboreei três monumentais entrevistas que ele fez, com Magdalena Tagliaferro, um monstro do piano, Tom Jobim e, por fim, com o rei Roberto Carlos. O livro é de 1975, com dedicatória a mim. Magdalena Tagliaferro foi uma pianista brasileira, nascida em Petrópolis e falecida no Rio, em 1986, aos 94 anos, de presença internacional. Morou muitos anos em Paris, onde consolidou sua formação, aluna do notável pianista Alfred Cortot, que foi ministro da Cultura em Vichy. No Brasil, teve como aluno outro grande nome, Jacques Klein, na França conviveu com…
Petrópolis tem uma importante pauta a ser cumprida para crescer na economia e na qualidade de vida de sua população. Embora com uma boa arrecadação, IPTU mais caro do que no Rio ou Niterói, as despesas são imensas e o funcionalismo exagerado. O ideal seria ter menos gente e melhor remuneração para os que trabalhassem em atividades essenciais, como educação, saúde e segurança. Mas progredir não pode ser um projeto solitário da Prefeitura. Pede, exige, a coparticipação do Estado e da União. A BR 040 é parte fundamental da cidade e o município deve apoiar a concessionária na obtenção de…
Desde o fim do chamado regime militar no Brasil – 1964-1985 –, a mídia e as esquerdas repetem as mais criativas versões do que denominam de “anos de chumbo” ou “luta armada” em que sequestradores, assassinos frios e covardes de inocentes, incluindo companheiros que desistiam da aventura, são apresentados como “democratas que lutavam contra a “ditadura”, “vítimas de tortura”, desaparecidos quando não mortos. Na verdade, nos embates, morreram cerca de 500 brasileiros, dois terços entre os guerrilheiros da esquerda radical e um terço de militares, policiais ou simples guardas privados ou caixas de bancos, nas dezenas de assaltos que promoviam…
Com um leque de projetos de relevância para a vida do Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes deveria deixar de lado a política e as eleições deste ano para cuidar do Rio, aproveitando que os outros estão mais preocupados com eleições do que com realizações. Afinal, ele foi eleito como realizador que é e não como político. Aliás, perdeu em 2018 a eleição de governador como político, no rescaldo de seus entusiasmos com o ex-presidente Lula. Não viu que suas boas e oportunas relações com o então presidente deveriam de ser menos espalhafatosas em homenagem a seus eleitores de…
Depois de João Paulo II e Bento XVI, a ala esquerdista da Igreja ficou encolhida, embora continuasse a dominar a Conferência dos Bispos do Brasil. Agora, com o Papa Francisco, mais liberal, vem assumindo posições mais ostensivas no cenário nacional. O Padre Julio Lancellotti, que comanda uma paroquia na cidade de São Paulo, é um que tem se destacado em aparições nas mídias e nas suas homilias mais políticas do que religiosas. O padre, que raramente usa o sinal visível referido no Código Canônico, mantém relações de intimidade com o ex-presidente Lula e os petistas. Seu mais recente discurso, que…
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