A militância ideológica tem provocado em todo o mundo uma imensa queda na qualidade ética e moral do bom convívio democrático. Encastelada nos meios de comunicação, onde a infiltração agora é de não esquerdistas,a oposição promove a distorção da verdade de maneira cada vez mais audaciosa. Exemplo recente foi a maneira parcial com que os dados curriculares do quase ministro da Educação, homem conceituado, foram esmiuçados a ponto de explorar detalhes menores que nada teriam com as funções para as quais foi escolhido.
O presidente Jair Bolsonaro pode ter cometido deslizes verborrágicos, inabilidades no trato com os demais poderes federativos, no que ele é o único prejudicado. Não fez mal a ninguém. Assim como seu filho Flávio, envolvido numa “rachadinha” usual e que atinge 40 parlamentares do Rio, certamente centenas no país,sendo ele um dos acusados, via um assessor, com menores valores envolvidos. Quem conhece a política e os políticos sabe que gabinete de parlamentar é um muro das lamentações, com a frequência diária de dezenas de eleitores pedintes. Geralmente para atender casos dolorosos, são comprados remédios mediante receitas e passagens para regresso ao interior de famílias que não se deram bem na capital. No Rio e em todos os estados. Mas a mídia insiste em cobrar o caso do hoje senador, apenas por ele não ser de esquerda e ser filho do presidente da República. Também ele não sabe se defender e fica na linha jurídica, quando o melhor seria, em conjunto com seus colegas, que são de todos os partidos, inclusive de esquerda, colocar que a prática é antiga, os funcionários não são os estatutários, e sim os comissionados, e apresentarem um projeto em que os gabinetes passariam a destinar 10% de sua verba de contratações para uma caixa de pronto atendimento a pequenas necessidades de eleitores carentes. E ponto final.
Gritante falta de honestidade e diria que desrespeito ao público é a omissão dos evidentes acertos do governo em todos os campos nesta batalha da pandemia. O próprio presidente comandou o projeto do coronavoucher, que atende a cerca de 60 milhões de brasileiros, e certa mídia abre espaço diário para reclamações de uma minoria que não chegaria a 1% dos atendidos e cujos problemas são resolvidos. E pouco se fala, quando se fala, na burla de cerca de 600 mil dos beneficiários, que abusaram da boa-fé do governo. Aliás, estes precisam responder pela fraude no pedido sem preencher as condições previstas no projeto.
Quem tem um mínimo de informação sabe que pelo menos três ministros brilham na gestão de suas pastas – Paulo Guedes, Teresa Cristina e Tarcísio Freitas – e o espaço na mídia é zero. Preferem ruminar a reunião do dia 22 de abril e alimentar diferenças com demais poderes, que andam bem menores. Mas não importa, pois agora requentam o video.
Outra desonestidade ideológica é a referência a “grupo militar” do governo, quando nossa tradição republicana sempre foi a de ter na alta administração homens oriundos das Forças Armadas. Inclusive na representação parlamentar em anos inteiramente democráticos. Para não ir mais longe, basta lembrar que, nos anos 1950, o Rio, antigo Distrito Federal, foram senadores eleitos os generais Gilberto Marinho – dois mandatos –, Napoleão de Alencastro Guimarães e Caiado de Castro. O próprio festejado Luís Carlos Prestes era capitão e foi eleito senador em 1946, no Distrito Federal.
Não se constrói uma democracia com esse tipo de comportamento. O positivo, nos tempos modernos e da informação, é que o povo percebe.