Semana passada, o ex-deputado estadual e federal Oscar Corrêa Filho, advogado de sucesso em Belo Horizonte, completou 70 anos, em discreta reunião de família. Abandonou a política muito jovem, ao disputar e perder a eleição pelo Palácio da Liberdade, em 1990.
Filho e herdeiro do exemplar homem público e intelectual mineiro Oscar Corrêa, que de brilhante parlamentar da bancada da antiga UDN, abandonou a política quando se decepcionou com as restrições à liberdade do exercício da política pela Revolução da qual foi defensor de destaque. Voltou, então, às lides jurídicas, sendo nomeado por João Figueiredo para o Supremo Tribunal Federal e, depois, já aposentado, foi ministro da Justiça de José Sarney. Oscar foi ainda membro da Academia Brasileira de Letras. Deixou nome na administração pública mineira como secretário de Educação do Governo Magalhães Pinto.
Oscar Corrêa Junior, com essa escola em casa, deixou nome e conceito na sua passagem pela política, que teve ainda continuidade através de seu filho Gustavo Correa, um jovem idealista que realizou admirável trabalho junto à juventude quando foi secretário de Estado.
O motivo de se registrar aqui uma data familiar e mostrar três gerações com passagem ilibada na vida pública tem o sentido de mostrar que tivemos uma classe política com alta dignidade e ainda temos estas reservas éticas e morais vivas e com condições de um oportuno aconselhamento a novatos no ramo. Oscar Junior está entre os mais jovens desta seleção, que inclui notáveis como os ministros Carlos Veloso e Ibrahim Abi-Ackel. E mais: Aloísio Teixeira Garcia, Hindemburgo Pereira Diniz, Bonifácio Andrada, Pimenta da Veiga e Arlindo Porto, que, em cada momento, tiveram oportunidade de bem servirem ao Brasil e a Minas, com as qualidades que fizeram dos mineiros admirados ao longo de nossa história.
Getulio Vargas encontrou nos mineiros destaques em seus anos de poder, colaboradores e aliados de primeira grandeza. Fez a Revolução de 30 com Virgílio Melo Franco e Antonio Carlos, e teve colaboradores e correligionários fiéis, como Gustavo Capanema, Francisco Campos, Francisco Negrão de Lima, Tancredo Neves, Odilon Braga e Camilo Nogueira da Gama, entre outros. E, nos governos militares, notáveis como Pedro Aleixo, Milton Campos, Aureliano Chaves, João Camilo Penna, Murilo Badaró, José Israel Vargas, Elizeu Rezende. José Sarney consolidou seu governo com ajuda de dois admiráveis mineiros: José Aparecido de Oliveira e José Hugo Castelo Branco.
Minas continua a ser celeiro de valores. Hoje, falamos das reservas e dos exemplos do passado. Mas tem muita gente boa no presente!!!