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O recente livro sobre o estadista brasileiro Oswaldo Aranha, iniciativa de seus netos Pedro e Luiz Corrêa do Lago, faz lembrar a histórica atuação do biografado na presidência da Assembleia Geral da ONU, em 1946, que criou o Estado de Israel. Ali está evidente que a aprovação não foi fácil e que o empenho do brasileiro foi decisivo para a vitória da proposta. Mas é claro que nosso compromisso com a nação amiga criada naquele momento é permanente e tem raízes sólidas.
As primeiras levas de portugueses que vieram povoar o Brasil eram de “cristãos novos”. No segundo Império, recebemos grande número de judeus, patrocinados pelo próprio Imperador Pedro II, que apoiou operação montada pelos barões franceses Rothschild e Ulrich. No final do século XIX, chegaram ao sul àqueles que vieram a formar a aristocracia judaica brasileira a partir do Rio Grande do Sul. Mas, antes, já tínhamos sinagogas, no Recife e em Nilópolis, no Rio de Janeiro.
Hoje, temos um grupo de brasileiros de origem semita relevante no empreendedorismo, na cultura e fortemente na medicina. Aqui prevalece, queiram ou não, o Brasil de Gilberto Freyre, fortalecido no entendimento pleno de brasileiros de origem judaica com os de origem árabe. Em muitas cidades, dividem os mesmos espaços comerciais. São Paulo mostra até mesmo integração de famílias pela via do casamento.
A má vontade de influentes correntes de esquerda permitiu a veiculação de inverdades, inclusive a conotação negativa do que é o movimento sionista, que defende tão somente o Estado criado pela ONU, e na presidência brasileira. A inspiração da criação da Associação Sionista Brasil-Israel, pelo jornalista Ronaldo Gomlevsky, uniu a parte pragmática da comunidade e os cristãos identificados com a cultura judaico-cristã que consagra as duas religiões e dividem os mesmos mandamentos da lei de Deus, ditados ao patriarca Moisés, bem antes de Cristo.
Nunca é demais lembrar que o Estado de Israel é a única democracia naquela região, com respeito aos direitos humanos, em todos os sentidos. E que as comunidades israelitas, pelo mundo afora, estão sempre majoritariamente alinhadas com a democracia e a livre empresa como instrumentos de progresso econômico e social.
Lendo tanta bobagem por aí, é bom lembrar o papel dos judeus e sua presença na formação do povo brasileiro, assim como de gente oriunda de todas as raças, religiões e nacionalidades, que nos deram este perfil de tão boa integração.
Abaixo o preconceito!