O grande avanço do mundo no pós-guerra se deu nos anos 1970 e 1980, provocando uma vaga de progresso econômico, social e político. A base foi a política liberal-conservadora, que teve a admiração do mundo civilizado, nascida no Reino Unido e nos EUA com estes dois notáveis estadistas que foram Margareth Thatcher e Ronald Reagan.
O avanço social vem a reboque do econômico, pois o aumento da riqueza e da tecnologia permite melhores salários com maior produtividade e maior arrecadação ao Estado. Ambos mostraram que o sindicalismo radical, denominado selvagem, era uma máquina montada pela União Soviética no ocidente para minar as economias e abalar o capitalismo. Gerou direitos – não deveres – e implantou a política da chantagem das greves. Foram as decadas da fuga dos investimentos para a Asia. Demolido o domínio sindical, os trabalhadores saíram ganhando em qualidade de vida.
A forte presença do estado na economia havia engessado o Reino Unido e as privatizações atenderam o interesse da sociedade. Depois, passou a ser pauta de outros países, que perdiam muito com empresas estatais deficitárias, de tarifas altas e que, na verdade, eram (e são) propriedades de seus dirigentes e funcionários. Trata-se de uma união tóxica em que os dirigentes cedem nas vantagens salariais e anexos, enquanto silenciam com a má gestão provocada pela corrupção. Basta uma comparação de média salarial e vantagens entre os bancários do setor público e os do setor privado. E a concentração de desvios nas entidades públicas, em todos os países em que ainda sobrevivem bancos estatais.
Naqueles anos, o mundo ocidental ainda vivia sob a influência de estadistas que mal chegaram aos anos 1990, como Charles de Gaulle, na França; General Franco, Almirante Carrero Blanco e Adolfo Suárez, em Espanha; Salazar, Marcelo Caetano e Mário Soares, em Portugal. O Brasil teve, naqueles anos, um coletivo de estadistas em quatro dos cinco generais – Castelo Branco, Costa e Silva, Médici e João Figueiredo. Com o auxílio de talentos como Roberto Campos e Delfim Netto, eles proporcionaram a recuperação da economia, da ordem e da responsabilidade fiscal. O Brasil, em 1964, era a 46ª economia do mundo e os militares a deixaram na oitava posição, quando passaram o poder, em 1985. E, hoje, o país é a 13ª.
A América Latina é campeã em rejeitar estadistas. O Peru elegeu Fujimori no lugar de Vargas Llosa, e o Chile, embora por pouco mais de 1%, dispensou o seu benfeitor General Augusto Pinochet. Hoje, o Chile está em fase de retrocesso, em crise e protegido pelo silêncio da mídia esquerdista.
Nos próximos anos, pode haver uma incontrolável queda de qualidade de vida para as classes médias, em especial, em países como Argentina, que formalmente seria o país ideal, com população de boa educação, terras férteis, petróleo. Mas a corrupção aliada ao bolivarianismo da Venezuela, Nicarágua, Peru, Chile e, parece, que o México, deve comprometer qualquer reação da economia. Cuba, com o fracasso e a ditadura férrea, já nem é mais modelo, apesar de o governo Biden estar dando oxigênio através da abertura do turismo. O Brasil, a se confirmar o favoritismo de Lula, pode, pela sua dimensão, ser o grande desastre na região.
Naqueles tempos, dos estadistas, as democracias não ficavam de todo à mercê da demagogia e militância marxista. Havia a atenção dos EUA, que, pelo menos até as próximas eleições, não se fará notar. A política externa americana hoje é a sonhada pelas esquerdas do ocidente. Agora, trocaram a União Soviética e o marxismo por uma nova era, sem outros objetivos que não a de destruir valores na economia, nos costumes, na moral e na religião. Negar a família e pregar divisões nas sociedades é a receita desta nova ordem que parece buscar o caos. Este quadro nem Freud explicaria!
Publicado em : Jornal Diabo/ Portugal 09-06-22