O fato do Brasil estar entre as dez maiores economias do mundo só pode ser considerado um feito se compararmos com 1964, quando estávamos em 46º lugar – chegamos ao 8º em 1985. No entanto, no que interessa, estamos muito mal. Nenhuma de nossas cidades está entre as cem de melhor qualidade de vida do mundo. Aliás, nesta lista, Brasília aparece como a melhor colocada, em 109º lugar.
Na renda per capita, ou seja, distribuição da renda nacional, o vexame é total. Estamos atrás de nossos vizinhos argentinos, uruguaios e chilenos, por exemplo. Com mais de 200 milhões de habitantes e oito milhões e meio de quilômetros quadrados, somos campeões na soja, carne, café, açúcar, minério de ferro, produtos primários, de pouco valor agregado. E com produtividade comprometida por causa dos altos custos de transporte. A soja mesmo, quando os preços caem, se torna quase que inviável. Mas nem assim tocam a estrada que liga o maior produtor, que é Mato Grosso, aos portos do Pará e Amazonas, faltando apenas dois anos de trabalho, no máximo.
Na educação é que se verifica onde os países avançam. Os EUA, por exemplo, deixaram a liderança e estão na décima posição, superados pela Suécia, Polônia, Israel, Coreia do Sul e Canadá, o número um.
O problema do Brasil, segundo os especialistas, é de gestão, de mentalidade, de prioridades. E se percebe que de falta de generosidade por parte dos detentores do poder. Aliás, o assunto é bem abordado no livro Por que o Brasil É um país atrasado?, de Luiz Philippe de Orleans e Bragança. Sem falar na divida externa e interna, entre as maiores do mundo.
Curioso é que a sociedade se apresenta como liberal, pela livre empresa, aberta a competitividade, mas a legislação é toda voltada para criar um ambiente hostil ao investimento, perigoso até para empreendedores de médio e pequeno porte. A burocracia ocupa muito lugar nos custos de uma empresa, além dos impostos. O jovem empresário Flávio Rocha, líder do Grupo Guararapes, das Lojas Riachuelo, foi deputado e propôs a simplificação dos impostos, com alguns específicos e pouco usados no dia a dia.
Tanto que foi apoiado pelo trineto da Princesa Isabel, e jovens homens públicos, como o paulista Ricardo Salles, o carioca Carlos Roberto Osório e o mineiro Rodrigo de Castro. Todos estão abaixo dos 50 anos e muito podem fazer para alterar este quadro. Portanto, não podem desanimar!!!