O livro Os Guinle – A História de uma Dinastia, de Clóvis Bulcão, é impressionante. Trata da trajetória da família que foi uma das mais ricas do Brasil durante meio século, donos das casas mais bonitas do Rio de Janeiro, como o Palácio Laranjeiras (hoje residência oficial do Governo do Rio de Janeiro), o Parque da Cidade (atual Museu da Cidade),
a Ilha de Brocoió, na Baía da Guanabara, e imóveis de referência da avenida Rio Branco, como o Edifício Guinle e a sede das Docas de Santos, onde está o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O clã não manteve o dinheiro por mais de três gerações, mas marcou a vida nacional. O Hotel Copacabana Palace, inaugurado em 1923, até hoje é o principal da cidade, assim como a bela sede do Fluminense, cujo projeto foi do mesmo arquiteto francês. Tudo feito com recursos da família Guinle.
Linneo de Paula Machado, que construiu a belíssima sede do Jockey Club Brasileiro, era casado com uma Guinle, marcando, portanto, a presença da família naquele ponto de referência do Rio. Uma fortuna que teve suas bases no Porto de Santos e no Banco Boavista. A atual geração não tem milionários, pois tiveram uma vocação maior para gastar do que para ganhar ou manter o que foi plantado pelo patriarca Eduardo Guinle e seu sócio, Cândido Gafrée.
O início do século XX marcou a construção de grandes fortunas, importantes para o progresso do Brasil, mas que não sobreviveram nas mãos dos herdeiros. Como os Matarazzo, os Crespi, Whitaker, Lunardelli e outros.