O mundo anda globalizado na economia, nos hábitos e até na política. A América Latina vive uma onda de volta ao centro democrático, com programas econômicos de austeridade para vencer a crise provocada pelos anos de governos gastadores, que não atraíram investimentos e causaram desemprego. Assim foi no Brasil, em que o atual governo – mesmo que eleito junto com a presidente que sofreu impeachment – tem um programa para colocar as contas em ordem e favorecer os investimentos para diminuir o desemprego que anda grande. O mesmo aconteceu na Argentina, que do populismo associado à corrupção da família Kirchner passou ao conservador Mauricio Macri, que, em um ano, já começa a mostrar bons resultados. Vendeu o avião presidencial e viaja em voos comerciais, por exemplo. Mas a onda segue com a derrota da presidente Bachelet, do Chile, de uma ampla coligação de esquerda e também desgastada por causa de favorecimento a uma nora e pela volta do ex-presidente Sebastian Piñera, um empresário vitorioso que o povo agora reconhece pelo bom governo que fez.
O Paraguai terá eleições em breve e, pelo que indica as pesquisas, elevará um conservador, sendo que o governo de centro direita fez com que o país crescesse 5% ao ano, percentual que Argentina e Brasil nem sonham conseguir tão cedo. Na Europa, os governos conservadores estão na Alemanha, França e Espanha, com boa aprovação, e os ingleses parecem arrependidos de deixarem a União Europeia. Só no mercado financeiro Londres perde 20 mil empregos bem remunerados. E, em Portugal, que tem uma coligação de socialistas com comunistas, a ruptura parece iminente e não será surpresa se voltar a uma coligação de socialistas e sociais democratas. Os sindicatos ligados ao Partido Comunista têm prejudicado novos investimentos no país e até a perda de indústrias importantes como a Volkswagen.
Mudar todos mudam, inclusive a maior monarquia do mundo, a Inglaterra, em que a Rainha Elizabeth, de 91 anos, acabou com a rigidez na Família Real e já tem um Príncipe que se casará com uma artista de cinema, americana, divorciada e afrodescendente. Há décadas isso seria inimaginável. É bom lembrar que o tio da rainha teve de renunciar ao trono para se casar com uma americana divorciada, pouco antes da guerra.
E, depois da nossa picanha virar vedete na Europa, é a vez dos peruanos com o seu ceviche, presentes nos novos restaurantes, assim como o gim é a bebida que mais cresce de consumo. Aliás, o ceviche e o gim são moda no Brasil também.
O que vale para o bem, vale para o mal. A violência das torcidas, que começou há muitos anos com os ingleses, hoje se espalha pelo mundo, como sabemos e lamentamos.