Há muita gente que faz, que marca presença na vida das cidades e do país, exemplares, e não necessariamente personalidades da vida pública ou mesmo do meio artístico e cultural. No entanto, homens e mulheres que deram e dão bons exemplos, para melhorar a sociedade em que vivemos, nem sempre são destacados neste mundo em que os erros ocupam mais espaços do que os acertos.
São Paulo, por exemplo, tem personalidades, que, apesar de discretas, sem procurar aparecer, se tornaram referência de todas as camadas da população. Uma delas é a do industrial Romeu Trussardi. Aos 87 anos, o ex-presidente da Associação Comercial de São Paulo e sua mulher, Maricy, ao longo de mais de 60 anos de um casamento feliz, mostram como é possível formar uma família unida e solidária, com intensa vida religiosa e voluntariado social. Nas redes sociais, Maricy tem mais de 50 mil seguidores.
Aos 95, o construtor Adolpho Lindenberg é reconhecido pelo traço característico de seus prédios, especialmente os residenciais, nos Jardins e Higienópolis, os primeiros de alto padrão com uma marca própria. Também ele é dono de uma forte presença e de fé.
No passado, tivemos a figura do Conde Rodolfo Crespi. Além do sucesso industrial, foi pioneiro na proteção a seus operários, seguindo, assim, o que se passava em seu país de origem, a Itália. Crespi legou aos paulistas o Clube Juventus, com seu estádio e a creche que doou. Tudo na Mooca, bairro que praticamente fundou.
JK, ao inaugurar Brasília, criou uma entidade filantrópica para atender aos carentes, independente do poder público. Para presidi-la, chamou a paulista Carmela Patti Salgado, mulher do político e intelectual Plínio Salgado. E a obra continua a prestar relevantes serviços à população de Brasília.
Exemplos também são as mulheres que não se limitaram a ser casadas com grandes capitalistas e que praticaram mecenato cultural relevante, doando suas coleções e as instando em imóveis próprios, como Eva Klabin, em São Paulo, e Ema Klabin, no Rio.
Outro belo exemplo é D. Malu Rocha Miranda, responsável pelo resgate da ABBR, entidade beneficente do Rio, que, graças ao trabalho dela, saiu de uma crise e até hoje é referência na área de reabilitação, não só no Rio como no Brasil. Malu foi casada com o empresário Celso Rocha Miranda, que atuou em diferentes setores da indústria e dos serviços, tendo sido o último controlador da Panair do Brasil, maior empresa aérea do Brasil até então.