O jurista Reale Junior ganhou notoriedade recente por ter sido um dos autores do pedido de impedimento da presidente Dilma. Exerceu alguns cargos nos governos tucanos de São Paulo. Mas o grande Miguel Reale foi o pai, notável intelectual, jurista,político, influente constitucionalista, cujo talento esteve em algumas de nossas constituições, como as de 37, 67 e 69.
Miguel Reale foi secretário de Estado em São Paulo, duas vezes. Sempre com o governador Adhemar de Barros, homem afinado com seu pensamento liberal na economia e pela autoridade na segurança pública. Foi advogado da Light, depois Eletropaulo. E professor emérito.
Miguel Reale foi, com outro intelectual, Gustavo Barroso, também da Academia Brasileira de Letras e um dos chefes do Integralismo de Plínio Salgado, que reunia os intelectuais não marxistas dos anos 1920 e 1930.E juristas de sua geração como Vicente Rao e Alfredo Buzaid. No integralismo, militaram muitos que depois foram para a esquerda, como D. Helder Câmara, Santiago Dantas, Roland Corbusier. Plínio, embora reconhecido pelo valor literário, um dos mais importantes na Semana da Arte Moderna, em 1922, nunca foi para a Academia.
A obra de Miguel Reale da Historia do Direito é obrigatória nos cursos até hoje, entre outros livros de sua autoria. Escreveu em importantes jornais, como o Estadão.