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O Rio de Janeiro foi capital do Império e da República por 70 anos. Foi capital do Reino Unido e coroou D. João VI como Rei de Portugal, Brasil e Algarves. Não é pouca coisa.
Feita a mudança da capital, a concepção criada por JK da cidade-estado fez da Guanabara um estado próspero, que teve nos seus 14 anos de existência governadores do alto nível de Carlos Lacerda e Negrão de Lima, investimentos em obras fundamentais e instituições para preservar seu prestígio nacional e internacional. A fusão não parece ter sido uma iniciativa feliz do presidente Ernesto Geisel, que parecia implicar com a cidade, pois mandou demolir dois prédios emblemáticos, o Palácio Monroe, onde foi o Senado, e o edifício do Ministério da Agricultura nas imediações da Praça XV. Mas, em compensação, nomeou governador o Almirante Faria Lima, preparado e que muito fez pela boa integração dos dois estados, tendo reunido uma equipe de bom nível.
Agora, depois de uma sucessão de problemas na economia, na segurança pública e mesmo na política, o Rio sofre um processo de perda de qualidade que precisa ser vencido. Na capital, os projetos de revitalização do Centro, a região portuária repaginada, o aeroporto Internacional retomando relevo e a programação que atrai turistas, como final do ano, carnaval e shows em Copacabana, sustentam o movimento. No entretenimento e aparelhos turísticos, o setor privado tem cumprido seu papel nas atrações como Pão de Açúcar e Corcovado, como nos investimentos no oceanário, roda-gigante, Roxy, novo Jardin de Alah e despoluição da Baía da Guanabara, que já tem banho liberado no Flamengo e Botafogo. Agora a volta da Árvore de Natal, na Praia de Botafogo, patrocinada pelo benemérito Alexandre Acioli.
Falta gerar polos na área econômica, que dependeriam muito do apoio ou iniciativas do governo federal. Um deles seria dar ao Rio a capital do mercado segurador, pois a maior seguradora, Bradesco, está sediada no Rio, assim como empresas administradoras de planos de saúde. Outra ação é fortalecer de alguma forma a nova Bolsa programada. No aeroporto, poderia haver uma central de carga com alfândega 24 horas para atender à demanda, inclusive de produtos alimentícios no frio. Seria um hub que desafogaria Guarulhos e Viracopos. E, claro, o jogo bem regulamentado. Não tem sentido não termos cassinos e máquinas com essas apostas sem controle pela Internet e as loterias geridas pela Caixa Econômica.
O Rio tem muito a oferecer!!!
Publicado em: Jornal Correio da Manhã 04/07/25