Muitos países vivem a ilusão de uma prosperidade e crescimento não são reais. Tem sido um erro mundial as interpretações políticas dos números da economia. Segurança econômica é só para quem tem pauta de exportações diversificadas, saldo, reservas, caixa, endividamento razoável interno e externo, controle do orçamento do Estado. Poupança interna e não sociedades endividadas. E máquina pública sem excessos em pessoal e em remuneração. Mas não é o que ocorre nos países de tradição socialista ou populista, com dívida pública em torno dos 90% duma pauta de exportações concentrada no agronegócio, minério de ferro e petróleo, como o caso brasileiro.
Crescimento pede poupança interna, investidores no setor produtivo e não no financeiro. Este é especulativo e foge ao primeiro pingo de chuva. No mais, países que passaram ou passam por governos populistas, mesmo que não de esquerda, costumam ter leis laborais que desestimulam o emprego e provocam a fuga de cérebros. O caso do sul.
Infelizmente, a renda per capita é baixa no Brasil e em Portugal. O Brasil foi o 50º e, hoje, é o 85º, com tendência a cair. Chile, Argentina e México têm renda per capita superior na América Latina. Colabora para este quadro a demora nas reformas, necessárias para os países receberem investimentos em projetos geradores de empregos de qualidade. Na União Europeia a perda de relevância è visível. O bloco vai se distanciando dos EUA e China, e do conjunto de oito outros países asiáticos. Dívida pública, leis laborais,impostos altíssimos,insegurança jurídica com novas leis de conotação esquerdista. O capital,acuado e o turismo como alternativa de emprego, mas de salários baixos. O Japão ensaia voltar a marcar presença na economia.
A força que resiste e mantém estes países de pé vem do setor privado, que ignora os erros políticos, o populismo, a pregação esquerdista e faz a máquina funcionar. Mas até quando é o caso de se perguntar.
Na verdade os tribunais cheios de processos, decidindo cada vez mais na linha demagógica e anti-capital se constitui no grande aliado da falência do capitalismo e de facilitar o estado totalitário. E o esvaziamento do poder moderador historicamente exercido pelos militares.
Os pensadores que não rezam na cartilha marxista sabem que a política, hoje, é ditada pela economia. Nem o truculento regime cubano está mais seguro com os seus 60 anos sem pão e liberdade. Está cada vez mais difícil controlar emissões de rádio, imagem e redes sociais transmitidas por satélites, restando as esquerdas, a nível mundial, apenas a presença significativa na mídia tradicional. Políticas imediatistas, eleitoreiras, não resistem a realidade do mundo competitivo. O novo fator de influência é o capital chinês nas Américas e na Europa.
Se as democracias cederem à demagogia da burocracia, do paternalismo, da fúria fiscal, a Ásia, não só a China, assumirá a liderança econômica do mundo, numa dominação sem armas. A destruição do Ocidente está sendo feita pela quinta coluna. Por dentro. E os capitalistas bailam como os passageiros do Titanic.
O pós pandemia vai exigir mudanças . Sem elas o futuro será mais incerto ,mais arriscado , com a ignorância das massas manipuladas pelo que existe de pior na vida pública do ocidente. A democracia sem limites além de custar caro abre o caminho para o caos.
Publicado em: Jornal O Diabo/Portugal 06-08-221