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O distanciamento do governador Romeu Zema dos atores políticos mineiros mostra que, a despeito de suas qualidades de gestor bem orientado, de homem de bem, em dois mandatos, não percebeu que no universo brasileiro a classe política mineira é a que menos sofreu e sofre a perda de qualidade dos demais estados. O Brasil sempre admirou grandes mineiros, destaques na vida política nacional. Mas não encara o governador Zema como representativo da sabedoria que fez da classe política mineira referência nacional.
O regime militar foi o período em que mais se aproveitou notáveis mineiros nos diferentes ministérios; um timaço com Eliseu Resende, Alysson Paulinelli, Ibrahim Abi-Ackel, Murilo Badaró, João Camilo Penna, José Israel Vargas, Rondon Pacheco, Oscar Dias Corrêa, Milton Campos. Os três vices civis eram mineiros, José Maria Alkmin, Pedro Aleixo e Aureliano Chaves. Nada justifica esta postura na qual suas aspirações pessoais são as mais atingidas. Não é da formação do mineiro discriminar, pré-julgar, se isolar.
Uma presença na vida pública nacional que vem do Império, em que estadistas mineiros foram relevantes no segundo reinado e depois na República, provocou a conscientização política da população em geral. Poucos estados brasileiros têm um povo tão politizado, interessado e informado. E que respeita a tradição, os valores do passado e tem orgulho disso.
A começar pelos Andradas, estabelecidos há mais de um século em Barbacena, que estão presentes no Legislativo desde o Brasil Reino Unido a Portugal, com o primeiro Antônio Carlos. Hoje representado pelo deputado Lafaiete Andrada, filho do notável Bonifácio, conhecido como Andradinha, e neto do icônico Zezinho Bonifácio, do Manifesto dos Mineiros a presidência da Câmara dos Deputados e líder do governo.
A bancada federal possui outros nomes compromissados com a melhor tradição da política mineira, como Aécio Neves, Paulo Abi-Ackel, Rodrigo de Castro e muitos políticos sem mandato, mas que são referências como Arlindo Porto e Oscar Corrêa Junior, que o governador certamente ignora.
Não é assim que se faz política!
. Os demais nomes cogitados para a sucessão presidencial têm a confiança da classe política. Mesmo um novato como Tarcísio de Freitas tem sido político e nem por ser ligado ao trapalhão Bolsonaro perde as condições de agregar para disputar, formando é claro uma chapa sem imposições tipo familiares.
Zema precisa de um pouco de diálogo e de humildade, pois o governador explora uma falsa simplicidade, pois se encastelou no poder e não percebeu que sua eleição e reeleição estavam em momentos em que suas credenciais eram suficientes. O jogo agora é outro. Pede profissionais e não tem lugar para tanto amadorismo.
No dia que conversar com um político experiente vai ver o quanto perdeu …
Uma pena!!
Publicado em: jornal O Dia 10/11
