O envolvimento de empresas e empresários em casos de fraude e corrupção merecem destaque nas mídias mundiais. O empresário, que paga impostos e gera empregos, é demonizado, como não se faz com os maus engenheiros, médicos e… jornalistas e escritores.
Os grandes empresários, que começaram do zero, nem sempre são conhecidos e nem sempre querem aparecer. São homens do trabalho e da fé, da solidariedade e da simplicidade.
Um dos cem homens mais ricos do Brasil, um mineiro de 74 anos, dono da maior indústria de embalagens de alumínio da América Latina, com quatro fábricas no Brasil, uma no Paraguai e outra na África do Sul, acaba de realizar o sonho de sua vida.
No último dia 22 de maio, inaugurou em sua cidade natal, Cássia, no sul de Minas Gerais, o maior santuário do mundo dedicado à Santa Rita de Cássia. São cem mil metros quadrados de construção, em terreno de 180 mil metros quadrados. Além da igreja para cinco mil pessoas sentadas e duas mil de pé, casa paroquial e centro comercial, o complexo abriga a cópia da casa em que viveu Santa Rita, no século XIII.
Paulo Flávio de Melo Carvalho nasceu em família de produtores rurais em Cássia, cidade de 18 mil habitantes, na fronteira de Minas com São Paulo. Sua mãe era devota de Santa Rita e ele a seguiu desde muito menino.
Hoje, com o santuário inaugurado, a cidade passou a ter uma nova fonte de renda com o turismo religioso. A inauguração atraiu mais de 50 mil pessoas e os hotéis da cidade estão com reservas esgotadas para os próximos meses.
Este homem, também envolvido em negócios imobiliários, preparado, atento à tecnologia que permitiu que fosse líder no mercado, mora em Sorocaba, cidade de porte médio no interior de São Paulo, onde está sua maior unidade fabril. É exemplo de fé no trabalho, responsabilidade social exemplar em ações beneficentes que não divulga, mas são conhecidas. Prefere a vida do interior à capital que estimula a ostentação dos mais ricos.
O santuário revelou essa personalidade até então no anonimato. Muita gente pensando, inclusive, que as suas indústrias eram multinacionais quando ele é que está se tornando multinacional. Indagado, na inauguração, o motivo de uma vida marcada por doações, respondeu que tinha prazer em doar e o fazia porque ganhava muito. O religioso que veio da Itália para o evento e rezou uma das missas revelou que, quando foi buscar informações e orientação para o projeto, o empresário doou a reforma do telhado do Santuário de Santa Rita de Cássia, em Itália, o valor de 250 mil euros.
Em Portugal não se divulga que o pioneiro nos refeitórios para trabalhadores, médicos para atendimento, bons salários foi um empresário, Alfredo Silva, e não um político.
Em todos os países em que o capitalismo heroicamente sobrevive diante de estados dominados pela demagogia populista, são comuns estes casos em que o sucesso não sobe à cabeça e a vaidade não domina.
Um contraste com os ricos da chamada “esquerda caviar”, que preferem fazer doações para as campanhas dos políticos de esquerda.
C’est la vie, como dizem os franceses.
Publicado em: Jornal o Diabo/ Portugal 23-06-2022