Enquanto a mídia brasileira e internacional continua a combater sem o limite do razoável, o presidente Jair Bolsonaro vai usando dos poderes que a Constituição lhe confere para facilitar a vida do brasileiro. O Parlamento demora em apreciar as reformas que possam ajudar a retomada de espaços nas atividades econômicas, prejudicando os 13 milhões de desempregados.
Semana passada mesmo, o presidente, no uso de suas atribuições, isentou de impostos os remédios usados por portadores da SIDA e do cancro, beneficiando grande número de pessoas. Também autorizou o porte de armas para os proprietários rurais dentro de suas propriedades, e não mais apenas em suas sedes. Também dilatou o prazo de validade das cartas de condução.
A Reforma Tributária, simplificando um sistema ultrapassado, com mais de meia centena de impostos, está parada no Parlamento. Mas o governo insiste em obter ainda este ano algum avanço na eliminação de uns e na fusão de outros. E tenta diminuir os encargos tributários sobre a folha salarial das empresas para facilitar contratações. Incrível que o trato democrático saudável seja usado para fins políticos pela oposição em detrimento dos que sofrem.
No exterior, prossegue um movimento de autoexilados a “denunciar” o governo brasileiro. Não se sabe quem financia esse exílio dourado que tanto espaço consegue em parte da mídia europeia. São manifestações que visam prejudicar acordos comerciais do país. Este recurso já foi usado no período militar, inclusive nos EUA no tempo de Carter, sem maior sucesso. Mas não deixa de incomodar.
Os jornais abordam diariamente uma questão que envolve 49 deputados do Rio de Janeiro por uma movimentação financeira não explicada em contas próprias ou de assessores. O filho do presidente, hoje senador, Flávio Bolsonaro, que era deputado no Rio até janeiro, tem um assessor envolvido, mas seu volume não está entre os trinta maiores. A esquerda mais radical, o PSOL, tem parlamentares com movimentação maior, mas apenas o filho do presidente é questionado. Os recursos parecem procedentes da devolução de parte dos salários dos assessores nomeados por livre escolha do parlamentar. Uma prática antiga, conhecida e tolerada, que ganhou importância agora por envolver o filho do presidente.
A perseguição aos membros do governo é tal que se noticiou, em 2016, a existência de multas não pagas no automóvel de um ministro, que, na ocasião, exercia função pública em São Paulo, com direito à viatura de serviço. As multas certamente eram provenientes do uso do automóvel pelo motorista da família. Mas infrações de trânsito não parece comprometer um homem público.
Este é o momento controvertido que o Brasil vive, em que a oposição fraca e desgastada defende a libertação de seus líderes condenados e presos, a começar por Lula da Silva, com duas condenações em segundo grau. E, ao mesmo tempo que acusa internamente o governo de antidemocrático, é solidária com Maduro, Ortega e Cuba.
A luta é contra o relógio!