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O presidente Trump não deixa de ter razão quando justifica o tarifaço para a importação de alguns produtos brasileiros como uma atitude política. E no seu estilo próprio, explicita que está “triste com o Brasil”, mas que ama o povo brasileiro.
Realmente o presidente Lula da Silva cometeu primeiro a imprudência de declarar “apoio” na eleição americana a candidata Kamala Harris e, depois, cumpriu agenda de confronto com os EUA na política internacional. Lula, que foi saudado pela esquerda europeia e americana quando de sua eleição, acreditou que era personagem relevante na política mundial e passou a dar palpite em tudo. Não percebeu que venceu no Brasil com 38 milhões de eleitores não comparecendo ao pleito ou votando branco ou nulo, com vantagem de 1%. Não foi ele que venceu, mas Bolsonaro que perdeu, pois passou quatro anos construindo a derrota.
Embora com uma imensa popularidade em todos os segmentos da sociedade brasileira, Bolsonaro tem a mais alta – e veemente – rejeição da história política brasileira. Não tem adversários, e sim inimigos. No mais, com seu estilo informal, usando e abusando de palavras de baixo calão, foi hostilizando jornalistas e donos de jornais, desconsiderando liderança como o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, a quem desconvidou para um almoço pelo simples motivo de o líder português ter feito uma visita pessoal a Lula da Silva na escala feita em São Paulo e fazendo declarações absurdas na pandemia.
Bolsonaro, primeiro, disse que a pandemia era “uma gripezinha”, depois que isolamento não era uma boa solução para a economia, que não usaria – como não usou – máscaras, que não tomaria vacina, num suceder de bobagens. Trocou o ministro da Saúde que comandava o combate à pandemia e se negava a recomendar remédios sem comprovação científica, como as tais Cloroquina e Ivermectina, indicada para doenças tropicais.
Tratou mal políticos e chegou a insultar magistrados. Gostava de fazer comentários sobre homossexuais. Um desastre. Não adiantou ter feito um governo positivo. No campo político, foi incapaz de formar alianças e nem conseguiu um vice para o ajudar como Lula fez. Seu vice foi um oficial do Exército, que nunca tinha exercido mandato e entrou na campanha mudo e saiu calado.
Lula captou todo este descontentamento e ressuscitou uma esquerda tão enfraquecida que só tinha mesmo seu nome para competir. O Supremo Tribunal tratou de soltar Lula da cadeia e dar elegibilidade para que enfrentasse o trapalhão Bolsonaro.
Orientado pelo ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Celso Amorim, marxista de formação e que nutre antipatia pelos EUA, tomou posições hostil a Israel a ponto de ser considerado persona não grata em país, assim como manifesta sempre que pode simpatia pela Rússia e Putin na questão da invasão da Ucrânia. Mandou seu vice à posse do presidente do Irão, comemorou os 80 anos do fim da guerra em Moscou, nos BRICS vive sugerindo a troca do dólar por moedas do grupo. Tem ótimas relações com Cuba e Venezuela.
Esta semana falou na ONU criticando os EUA.
Não há como não se entender e justificar a posição dos EUA, que tende a se agravar até o final do ano.
Lula sob explorar a irresponsabilidade que a opinião pública assume pela ignorância.
Publicado em: Jornal o Diabo.pt 27/09/25