A crise política que o Brasil vive, com o desgaste do presidente Bolsonaro nas classes médias, apesar de impressionantes manifestações de apoio popular, faz renascer o debate sobre liberalismo e socialismo, desde que as mídias procuram criar um antagonismo direita X esquerda, quando a maioria parece ser do centro-democrático e não querer uma volta ao passado recente dos 14 anos de esquerda.
Os meios mais à esquerda, concentrados nas classes médias das grandes cidades, procuram ocultar as perdas sofridas – e significativas como a de potência econômica – pelo país após a chamada redemocratização. Os militares deixaram o país como a oitava economia do mundo e, hoje, estamos em décimo segundo. Com a corrupção no setor estatal, as perdas somam alguns bilhões de euros equivalentes. Além disso, ainda houve queda na qualidade de vida da população em geral. Estado inchado protege funcionalismo, que se torna casta de privilegiados.
A esquerda resiste fortemente a privatizações, defendendo estatais ineficientes na prestação de serviços essenciais e com grandes prejuízos. E, ao alimentar crises políticas sucessivas, gera um ambiente negativo para negócios. O capital estrangeiro foge.
A esquerda, não apenas a brasileira, não se acanha de renovar solidariedade e apreço por regimes ditatoriais, repressivos, que barram qualquer possibilidade de avanço econômico ou social. São exemplos gritantes Venezuela, Cuba, Nicarágua e Argentina.
O discurso é o mesmo de sempre, sem perceber que, nos últimos 50 anos, com a queda do muro, o mundo viu florescer a qualidade de vida de povos então presos ao atraso e ao rigor policial da Cortina de Ferro. Quando se fala na explosão do turismo nos últimos 20 anos, não se aponta que uma das razões foi a possibilidade de milhões de russos, eslavos e bálticos viajarem e emigrarem. E mais recentemente até chineses.
A economia de mercado possibilitou os melhores padrões de vida do mundo, e os regimes mistos, visto em alguns países europeus como França e Espanha, perdem ritmo nos avanços pela pressão de legislação laboral e fiscal inibidora do investimento, do emprego e da circulação, portanto, da riqueza. A eleição em Madrid mostra que a onda rosa pode estar passando.
As restrições à propriedade, agora incluindo a imobiliária, inibem a mobilidade social, desestimulam a busca do lucro, da produtividade, em nome de uma hipotética igualdade, quando o mundo em tudo é desigual, desde um vinho a um biólogo ou médico, e inibem a poupança, que é a mola do desenvolvimento. Hoje, impressiona o endividamento dos países, das indústrias e das famílias. Uma bolha que a qualquer momento pode estourar.
Nesse sentido, um passo importante foi dado pelo novo governo americano, que está colocando para funcionar a máquina de imprimir dinheiro e fazendo crescer a dívida da maior economia do mundo, vai ter inflação na certa.. A vitória da esquerda
nos EUA procura fazer pelo socialismo em quatro anos o que a URSS não conseguiu em sete décadas. Divida é um vírus em todos os níveis.
As antigas elites falharam na educação das novas gerações, gerando essa nova burguesia sem apreço pelo empreendedorismo, voltada para atividades mais românticas, consumindo o que resta da poupança das gerações que a antecederam. Não temos mais fortunas que resistam a uma terceira geração.
Uma parcela pequena estuda e trabalha, mas delega a política, provocando perda de qualidade ética, moral e de eficiência no trato dos assuntos públicos. E o pior de tudo isso é que não é “politicamente correto” falar deste assunto.
Atenção e oportunidades para a juventude, nas classes médias principalmente, onde parcela relevante já está no “NEM NEM” nem estudam nem trabalham.
Adoram uma manifestação.