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A alternativa à polarização Lula-Bolsonaro parecia inviável para as eleições gerais de 2026, mas os últimos acontecimentos abrem um espaço para o movimento liderado pelo deputado Aécio Neves, de Minas, de unir forças do centro democrático, incluindo setores mais à esquerda e mais à direita para projeto de pacificação nacional A insistência da família Bolsonaro em condicionar toda e qualquer anistia à inclusão do ex-presidente vem dividindo a direita, que já tem uma ala que condena a presença do deputado Eduardo Bolsonaro nos EUA fomentando as medidas contra o Brasil e as críticas aos aliados que não formam na linha radical contra o Supremo Tribunal.
A anistia para os envolvidos na desastrada manifestação de janeiro de 23, que já soma mil condenados presos, fica inviável e consolida a impressão de que Bolsonaro e sua família só pensam neles. Anistiar Bolsonaro teria de incluir a condenação na Justiça Eleitoral, que o tornou inelegível, pois teria de ser pessoal e não geral.
Variedades
· Não são só os estimados dois milhões de brasileiros que migraram para os EUA. Algumas das maiores empresas brasileiras já são maiores nos EUA do que no Brasil. As que fazem do país grande produtor de proteína animal, JBS, Marfrig e Minerva, são maiores fora do que dentro do país. Assim como o Grupo Gerdau, da siderurgia, a grande fabricante de biscoitos e panetones Bauducco e Embraer a campeã de motores elétrico WEG. O Banco do Brasil já tem um banco na Flórida com 20 balcões.
· Com o frio mais intenso do que o habitual este ano, o consumo per capita de vinho no Brasil pode chegar perto de três litros. Em Portugal, são estimados 60, o maior da Europa.
· E o café teve no ano aumento de 30% no preço.
· A novidade no imobiliário brasileiro são os edifícios residenciais com mais de 40 andares, até aqui usuais no litoral de Santa Catarina. São Paulo está com 20 projetos em construção ou licença, e outras capitais, como Fortaleza, também investem na modalidade.
· O ex-presidente José Sarney, aos 95 anos, continua a ser uma das grandes cabeças do Brasil. Mais de meio século no Parlamento e presidente da República em mandato de cinco anos, é um intelectual respeitado. Vai lançar um livro com sugestões de caminhos para o Brasil crescer com justiça social com base na sua experiência. Homem conciliador, declarou que são sugestões, pois “ninguém é dono da verdade”.
· Declarações comemorando o assassinato do americano Charlie Kirk nas redes sociais despertaram tal repulsa que muitos estão sendo demitidos de seus empregos. O prefeito de São Paulo cancelou contrato com empresa que administra o Teatro Municipal por não afasta funcionário que gravou disparates sobre o crime.
· Lula, na abertura da ONU, quando foi o primeiro a falar, seguido de Trump, voltou a provocar os EUA. E promoveu reunião de países ligados aos BRICs, sem convidar os
EUA, como era praxe. Trump surpreendeu dizendo que vai se encontrar com Lula esta semana.
· Depois de 20 anos lutando com licenciamento ambiental, finalmente Boavista, a capital de Roraima, perto da fronteira com a Venezuela e a Guiana Inglesa, está conectada ao sistema interligado de energia elétrica. A linha de cerca de mil quilômetros atravessa a mata amazônica, onde vivem poucos índios que se sentiam ameaçados com as torres.
· No Rio, a praias de Botafogo, Flamengo e Glória, região que vai do Pão de Açúcar ao Aeroporto Santos Dumont, depois de décadas impróprias para banho, foram liberadas. Saneamento privatizado permitiu qualidade. Na região da Barra da Tijuca, tem uma lagoa pronta para ser usada em esportes náuticos, mas tem gente que é contra privatizar saneamento.
Publicado em: Semanario Sol pt 27/09/25