As esquerdas internacionais deram a palavra de ordem no sentido de se ocultar a gravidade da crise em alguns países da América do Sul sob gestão bolivariana, que é uma mistura de socialismo, populismo e corrupção. A ideia é concentrar as críticas ao Brasil e tentar desestabilizar o Chile.
O caso da Argentina é o mais importante e mais grave. O país foi rico, com a maior e mais preparada classe média do continente. Nível cultural bom e, apesar das perdas com o peronismo, continuou abençoado com agricultura de alta qualidade, pecuária de prestígio mundial. Forte presença no trigo, cevada e frutas. Independente na energia e boa receita com o turismo. Hoje, um terço da população é pobre ou desempregada. A inflação e a perda de valor da moeda devem ficar nos 50% este ano.
Argentina não tem linhas de crédito, negociou parte de sua dívida no mercado, mas está em dificuldades para fechar novo acordo com o FMI, do qual é o maior devedor, com 45 mil milhões de dólares. O presidente Alberto Fernandez tem como vice a ex-presidente Kirchner, envolvida em muitos casos de corrupção. Costuma se alinhar com os países mais à esquerda como Venezuela e Cuba. A crise não inibe o governo de gastar o que não tem, pensando nas eleições para o Congresso, em novembro, com a derrota do governo prevista.
No Peru, a crise não vai demorar. O presidente Pedro Castillo é um veterano radical comunista, marxista, que já fez primeiro-ministro Guido Bellido, envolvido com os grupos terroristas e respondendo a processos por corrupção.
Um país com mais de um terço vivendo no interior na pobreza, mas com uma elite de qualidade e uma economia bem-arrumada e diversificada. Mas tudo vai ser agravado. Na semana passada, expulsou os refugiados venezuelanos para agradar Maduro. Foram para o Brasil entrando pelo Acre. Pouco se fala.
O México vai dar trabalho a Biden. Lopez Obrador é um esquerdista sofisticado, mas determinado. O país, por si só, já é um caldeirão.
Os dois mais tranquilos, neste momento, são o Uruguai e o Chile. Ambos trataram a pandemia com competência e firmeza. Vacinaram bem e têm a economia sob certo controle. Sebastián Piñera recupera seu capital político e a Constituinte não terá maioria esquerdista. O Chile é a mais moderna economia do continente, cresceu ordenadamente nos anos Pinochet e tem uma renda per capita de 24 mil dólares.
Lacalle Pou é um craque. Eleito, não perdeu tempo e soube aproveitar os cem dias iniciais para aprovar as reformas que estão fazendo, com pandemia e tudo. O Uruguai voltará a ser “a Suíça da América do Sul”. Só de argentinos recebeu, em menos de dois anos, 20 mil residentes de alto poder aquisitivo. Diminuiu o capital a entrar e o valor do imóvel a ser comprado. Zerou os estoques do imobiliário.
A esperança de dias melhores vem do recuo da pandemia na região, onde a situação já foi crítica. O endividamento de todos é preocupante com o previsto aumento dos juros internacionais.
Publicado em : Jornal O Diabo – Portugal/Lisboa