O Rio de Janeiro, enquanto capital federal, até 1960, era a segunda casa dos brasileiros de outros estados. O mês de julho lotava o Copacabana Palace de paulistas, parte dos apartamentos à beira mar – do Leme ao Leblon – pertence a famílias que vivem fora do Rio. O centro médico nacional era a Cidade Maravilhosa. A vida cultural era quase toda aqui, com a passagem obrigatória dos astros internacionais, como Nat King Cole, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Johnny Matis, Liza Minelli e outros.
Com o advento do Chaguismo e do Brizolismo depois de 1970, o Rio foi perdendo o glamour, que São Paulo soube aproveitar, tornando-se a capital das elites econômicas do Brasil. Mas o Rio ainda resiste e mantém parte deste patrimônio. O momento é de segurar o que ficou e reconquistar os que se foram.
O setor privado tem dado sua contribuição, na área médica, com a rede hospitalar de primeira, como o CopaStar, Samaritano, Botafogo e Barra, e a cirurgia plástica de referência. A hotelaria foi revigorada com Fasano, Fairmont e Belmond Copacabana Palace, e os boutiques como Ipanema e Arpoador Inn. Há os museus, o complexo de atrativos no Porto, na Marina e nas casas de espetáculos de alto padrão. Precisa de pouco por parte do poder público, mas precisa, nem que seja coordenação para aglutinar grandes empresas em megaeventos que pedem cotas de patrocínio.
Os centros de estudos, ciências, tecnologia estão aí, como Fiocruz, Coppe, os centros de tecnologia do setor elétrico e do petróleo, o Instituto Militar de Engenharia, a Secretaria de Tecnologia do Exército. Temos muito a crescer nesta área, com mão de obra qualificada.
Um pouco mais de segurança, programação de eventos artísticos e culturais e consolidar a arte como centro de negócios podem ajudar a fortalecer a volta dos investidores, dos promotores, das atenções nacionais. Depende de união.
As vocações estão aí. Os três níveis de Poder – Municipal, Estadual e Federal –precisam se sentar logo à mesa.
O Prefeito Eduardo Paes está empenhado no projeto de revitalização do centro, que é urgente. Pode ser também área de habitação, roteiro culturas com os prédios históricos e as igrejas de grande valor artístico de época, com acesso de qualidade com metro, VLT, barcas e o excelente aeroporto.