As cidades brasileiras possuem hoje uma frota de taxis moderna, com carros quase sempre novos, idade média oscilando entre os dois e os três anos, oferecendo conforto aos usuários e satisfação aos profissionais, quase duzentos mil em todo o Brasil. Mas pouca gente sabe da historia deste incentivo.
Em 1982, em meio a grave crise mundial, preços do petróleo dobrado, o Brasil em dificuldades pois éramos grandes importadores, a indústria automobilística entrou em crise, os pátios das fabricas eram insuficientes para estocar a produção e vieram medidas radicais como férias coletivas e demissões. Os empresários pediram ao governo estímulos fiscais para atrair compradores.
O então Presidente João Figueiredo, que era homem muito franco em suas colocações, não gostou do pedido e chegou a comentar que “quando eles vendem muito não pagam mais impostos”. Como a situação dominava o noticiário dos jornais, o Presidente resolveu criar um incentivo forte, isenção do IPI e do ICMS, mas para os motoristas de táxi, na época pouco menos de cem mil. Assim foi feito e foram vendidos em dois meses setenta mil veículos para taxistas, e o governo abriu linha de crédito na Caixa Econômica.
Almoçando com o Presidente, depois que ele deixou o governo, perguntei de onde partiu a idéia. E ele explicou que um motorista de táxi do Rio que o atendeu, quando era Chefe do SNI. Foi num “fusquinha” sem o banco da frente e no maior desconforto e o motorista me disse que tinham de comprar o mais barato, pois a metade eras os impostos. Como sempre foi passageiro de táxi ficou com aquilo na cabeça e depois, quando Presidente surgiu a oportunidade de resolver o problema e o fez.