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Apanhar livros lidos na estante para uma releitura é dos grandes prazeres dos que cultivam a memória dos tempos idos e vividos. Conhecer personagens marcantes ao longo da vida é uma alegria na chegada aos tempos maduros. Divido, então, com os leitores a trajetória de Walter Poyares, um dos companheiros de Roberto Marinho por mais de meio século nas empresas dirigidas pelo notável jornalista e empresário. Poyares não só lançou o setor de promoções do jornal de Marinho como ajudou a criar o Departamento de Comunicação da PUC-Rio, da qual foi professor por décadas. Foi um dos pioneiros em Relações Públicas no Brasil, tendo trabalhado antes em algumas das maiores agências de publicidade.
Hoje, relendo Walter Poyares, impressiona suas palavras de professor, como a de que não pode existir boa imagem pública sem bom senso. E que a liberdade de imprensa e o pluralismo na mídia garantem a democracia. Colocações simples, atuais, mas sempre ameaçadas pelas ambições de uns e o delírio de outros que se deixam embriagar pela fortuna.
Entre as lições do mestre, estava a do cuidado que os homens públicos devem ter com atitudes e palavras. E lembrava que a inclusão da palavra “marmita” pelo Brigadeiro Eduardo Gomes na campanha presidencial foi explorada como desdém pelos trabalhadores que comiam na marmita. Isso lhe tirou o favoritismo na eleição.
A modernização do Brasil teve seus pioneiros. Poyares foi um deles.