Figura pouco conhecida fora dos meios intelectuais é a de Cláudio de Souza. Homem de muitos recursos, foi fundador da Academia Paulista de Letras, membro e duas vezes presidente da Brasileira. Para a Paulista, deixou o imóvel em que se encontra e que leva seu nome.
No Rio, onde nasceu e chegou a praticar a medicina, doou a casa que tinha em Petrópolis – hoje do Ministério da Cultura e que leva igualmente seu nome.
No entanto, o que o imortalizou no mundo cultural foi ter fundado o PEN Clube do Brasil, vinculado à entidade fundada na Inglaterra, para reunir escritores, ensaístas, editores e jornalistas, tendo por missão defender a liberdade de imprensa no seu sentido mais amplo. Deixou o apartamento que mantinha na Praia do Flamengo, hoje sede do PEN Clube. E, entre os dirigentes que por ali passaram, estão Barbosa Lima Sobrinho e Marcos Almir Madeira.
O PEN reúne boa parte dos membros da Academia Brasileira de Letras, jornalistas e escritores, notáveis em geral. E esta semana elege para integrar a organização o jurista Bernardo Cabral, parlamentar pelo Amazonas que foi deputado e senador, e a quem coube à relatoria da Constituição de 1988. Também foi ministro da Justiça no governo Collor e presidente da OAB.
Cláudio de Souza não deixou filhos e sua mulher, Luiza, era filha do Barão do Socorro. Publicou vasta obra, sendo muito presente como autor teatral. E foi o que podemos chamar de um verdadeiro mecenas.