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Um carioca generoso. Vivo fosse, Paulo Geyer estaria completando 95 anos. O grande público não sabe quem foi esta figura que marcou o seu tempo tão positivamente, no Rio de Janeiro. Empresário, foi dirigente da Refinaria de Petróleo União, a maior do Brasil em seu tempo. O grupo, fundado por seu sogro, Alberto Soares Sampaio, foi posteriormente vendido a Petrobras. Mas ele foi ainda fundador da UNIPAR, gigante da área petroquímica.
No entanto, Paulo Geyer se tornou inesquecível pela personalidade de homem educado, elegante, culto e verdadeiro mecenas. Ao adquirir a casa onde morou por décadas, no Cosme Velho, aristocrático bairro do Rio, assumiu uma das mais completas coleções de arte brasileira, incluindo o maior acervo de Rugendas e Debret, e outros nomes de nossa história iconográfica de dimensão mundial, que, ao longo dos anos, fez crescer. Mostrou todo seu amor ao Rio, carioca do Bairro Peixoto que era, ao doar, com sua mulher, Cecília, a casa e o conteúdo para o Museu Imperial, uma vez que a maior parte do acervo vem do Brasil colônia e Império. Infelizmente, no Brasil, são raros esses exemplos de abrir a população preciosidades que falam de nossa cultura. Exceções são, além de Geyer, Raimundo Castro Maia, Oscar Americano, Gilberto Chateaubriand e Nelson Diz.
Paulo Geyer merece ser lembrado em sua semana. Existe um belo livro de depoimentos sobre ele, organizado pela sua filha Maria, admirável no culto a memória e ao exemplo do pai. Vale a leitura.