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Os militares sempre estiveram na política brasileira disputando eleições. Curiosamente foi o regime decorrente do movimento cívico-militar de 1964 que os retirou do parlamento e da vida partidária. Quase 40 anos depois da abertura, os militares estão presentes no Parlamento. Um deles é o General Hamilton Mourão, que foi vice-presidente de Bolsonaro e eleito senador pelo Rio Grande do Sul. Tem tido bom desempenho e esta semana, em entrevista ao jornal O Globo, abordou com muito bom senso e simplicidade o momento político que o país vive. O senador deixa claro que Lula da Silva venceu as eleições, assim como acredita que alguns militares tenham conversado sobre impedir a posse, mas sem nenhum apoio das Forças Armadas. Considera a suposta conspiração “uma coisa sem pé nem cabeça”. O ministro da Defesa, ex-deputado José Múcio, é elogiado por ele pela habilidade com que tem exercido o cargo. Outro senador que ingressou na política vindo do bolsonarismo é o ex-juiz Sergio Moro. Ambos, afastados do bolsonarismo, têm tido sucesso na integração à atividade política e parlamentar.
VARIEDADES
· Última semana do ano marcada por emoções. Lula da Silva levou um susto com a saúde, mas, já liberado, vai permanecer em São Paulo ou ficar em Brasília em repouso até o ano novo. E o grupo político de Bolsonaro está digerindo a prisão do General Braga Neto, que foi candidato a vice com o ex-presidente e que estaria envolvido na tentativa de impedir a posse de Lula da Silva. E a batalha no Congresso para aprovar medidas importantes na área econômica.
· Logo no início do ano, o presidente Lula vai liberar a Petrobras para avançar na questão da pesquisa na costa do Amapá, independentemente da posição da ministra Marina Silva. O potencial é imenso e o Suriname, a poucos quilômetros do local, já retira um milhão e meio de barris de petróleo de alta qualidade por dia. A área fica a 160 km da costa e a 500km da foz do Rio Amazonas. Risco ambiental zero.
· O governo liberal argentino do presidente Javier Milei, completou um ano. A inflação caiu de 25%, em novembro de 2023, para 2,5%, em novembro 2024. Mesmo com problemas, o país vai saindo da crise herdada do peronismo.
· O grupo hoteleiro Estanplaza, com dez hotéis quatro estrelas em São Paulo, vai construir o segundo cinco estrelas com a marca Pulso. São Paulo conta com maior número de hotéis de alto luxo da América Latina.
· Proibição de telemóveis já é lei nos colégios de São Paulo. E há projeto para que o impedimento seja a nível nacional sendo votado no Senado.
· Problemas de infraestrutura no Brasil afetam a economia. O investimento na área anda por volta de 18%, enquanto a China investe 43% e a Índia, 33%. A soja brasileira tem lucratividade bem inferior da americana ou argentina pelo custo da safra chegar aos portos.
· O diplomata Edgard Telles Ribeiro foi eleito para a Academia Brasileira. Autor de 15 livros, o diplomata é ligado às esquerdas, condição para entrar na Academia Brasileira atualmente, tendo trabalhado com Gilberto Gil quando este foi ministro da Cultura. Como diplomata, fez carreira medíocre, tendo sido embaixador na Guatemala, Malásia e Tailândia.
· São Paulo procurando um lugar como destino na festa de final de ano. Os hotéis com programação premium, como o Tangará, a 2.500 euros com uma diária prolongada e a ceia, e o Tivoli, com jantar a 600 euros, o casal. Mas Copacabana é imbatível, embora com preços que chegam ao dobro dos paulistas nos cinco mais estrelados da praia.
· E o real caindo.
Publicado em: Semanario SOL.pt 21/12/24