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O Rio, desde os tempos de Distrito Federal e Estado do Rio, forneceu à República alguns de seus nomes mais expressivos à representação parlamentar. Ficando apenas naqueles eleitos desde a redemocratização de 46, vamos encontrar no Senado personalidades da história do maior nível.
Luiz Carlos Prestes, Alencastro Guimarães, Caiado de Castro, Gilberto Marinho, Amaral Peixoto, Paulo Torres são alguns nomes. Na bancada federal, notáveis como Nelson Carneiro – depois senador –, o genial Carlos Lacerda, figuras históricas como Adauto Lúcio Cardoso, presidiu a Câmara e foi ministro do STF, e Lutero Vargas, filho de Getúlio Vargas; e mais recentemente Francisco Dornelles e Roberto Campos. Hoje são poucos os que estão à altura desta tradição.
Mas o que choca aos que acompanham a vida política é a falta de respeito às mais elementares práticas do trato civilizado da política.
O caso mais atual é a indiferença das lideranças políticas em relação ao futuro do senador Carlos Portinho, cujo mandato termina ano que vem. Está exercendo com exemplar postura o mandato, é correto na política e na defesa dos interesses do Estado; não pode ser desconsiderado na composição das chapas do próximo ano. Aliás, em 2022, na disputa da vaga de senador, era candidato à reeleição e foi reeleito Romário. Apesar de o ex-jogador ser do PL, partido do então presidente da República, no dia da eleição, ao sair da votação, Bolsonaro teve a sinceridade de expor sua ética política e declarou que votou no ex-deputado Daniel Silveira, do PTB, político mais afinado com sua maneira de ser. Inacreditável o silêncio dos políticos diante da grosseria.
Agora, na dança de cadeiras, as composições parecem estar sendo feitas sem se olhar para o perfil que as forças vivas do Rio de Janeiro esperam para enfrentar as imensas dificuldades agravadas pelo alto endividamento público, que vem de longe.
Na política e fora dela, na sociedade empresarial, empreendedora, nas entidades de classe do presente ou do passado, existem quadros a serem avaliados e recrutados. E como meras lembranças e exemplos, estão Sávio Neves, Alexandre Accioly, Roberto Medina, José Luiz Alquéres, Antônio Queirós.
Nestes tempos digitais, o eleitor ficou mais independente e tendendo menos às composições das cúpulas. O ideal é uma sintonia entre os caciques da política e o pensamento da sociedade.
Publicado em: Correio da Manhã 30/05