A esta altura dos acontecimentos, com incertezas na economia, na política e no social, as prioridades devem ser tratadas com pragmatismo e sem soluções que possam demandar tempo. As carências são muitas.
No caso do Rio de Janeiro, urge medidas que possam ser viabilizadas no curto prazo, mesmo que longe do ideal.
O trem de passageiros para São Paulo, por exemplo, não precisa ser o de alta velocidade para fazer o percurso em torno de três horas. É caro e complicado. O ideal seria algo como cinco horas e imediatamente, podendo o projeto ser entregue em dois ou três anos. A questão das estradas seria uma renegociação dos contratos para que os acessos nas serras de Petrópolis e Araras, na Dutra, não esperem tantos anos.
A revitalização e viabilização do Galeão passa por medidas de vontade política, como facilidades no terminal de cargas 24 horas, com alfândega em tempo integral e licitação do terminal de carga fria.
Angra III e o Comperj estão encaminhados, mas é preciso efetivar para gerar empregos e confiança. O Rio tem governo pragmático e quer ver as coisas acontecerem. Embora político, o governador tem sido focado na gestão e nos resultados para o Estado.
O senador Romário tem mostrado sabedoria ao abrir canais com o governo. Seus compromissos com a legenda são relativos. Afinal, Bolsonaro, no dia da eleição, ao votar, declarou voto no candidato do PTB, Daniel Silveira, político a sua imagem e semelhança. Pode ajudar a viabilizar projetos que dependem de alguma maneira do governo federal.
À despoluição da baía da Guanabara vai bem mas é preciso remover logo os navios abandonados e se cuidar da revitalização de Paquetá e bom aproveitamento de Brocoió, que é uma joia.
O Rio precisa superar a questão da segurança pública, hoje muito dependente de um Judiciário tolerante com o crime, em que as audiências de custódia têm sido sempre pela liberação de mais do que suspeitos. Mas as polícias têm mostrado competência, apesar do patrulhamento nos embates. Infelizmente uma facção política mais à esquerda tem se preocupado mais em proteger criminosos do que apoiar policiais.
Essa batalha será fundamental, a partir da capital, onde é mais grave. Os eventos de verão serão decisivos.
Que prevaleça o bom senso!
Publicado em: Jornal Correio da Manhã 03/01/24