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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, seria de fato a melhor solução para a crise nacional. Além de competente gestor, é homem de bom senso, equilíbrio e confiável, o que na política é importante.
Cobrado pelo delírio fanático da família Bolsonaro, que age em torno dos interesses familiares e não dos da nação, vem abusando da respeitada correção com seu patrono. Uma coisa é ser solidário e reconhecido, outra é assumir uma postura de submissão e colocar o interesse pessoal do ex-presidente na frente do razoável, fazendo com que a classe política e formadores de opinião comecem a acreditar que chegaria à fraqueza de ter um vice da família Bolsonaro, numa afronta à classe política e à oposição, de fato, ao Governo Lula.
A lealdade não exige que forme entre aqueles que colocam em risco a justa revisão dos julgamentos sobre o 8 de janeiro, com centenas de pessoas presas e condenadas a penas absurdas, para condicionar a anistia a outras condenações, como as da Justiça Eleitoral e não as ligadas à data, como a que fez Bolsonaro inelegível.
A oposição deve formar um chapa com dois dos quatro governadores na linha de frente da luta contra o governo, sem alta rejeição e sem posturas radicais. São eles: Zema, Caiado, Ratinho e Tarcísio. Todos devem mostrar espírito público e compromisso com o resgate do país, agora mergulhado nesta crise que o torna ingovernável. Qualquer um dos quatro faria o Brasil voltar a trabalhar pelo desenvolvimento econômico e social e a se concentrar nos problemas nacionais, independentemente de ideologia.
Insistir em Bolsonaro, baseado na popularidade imensa, mas insuficiente para vencer uma eleição, seria dos políticos do centro democrático um ato insensato, pois poderia a curto prazo facilitar a reeleição de muitos, mas, a médio prazo, entregar o país a um regime de totalitarismo sem pão e sem liberdade. Afinal, o modelo do atual governo são regimes como os da China, Rússia, Venezuela e Cuba, em que o pluralismo não existe. Triste é ver Tarcísio querer repetir o que Hector Campora fez na Argentina.
Seria o momento das forças vivas da nacionalidade que não participam desta radicalização assumirem uma posição firme na busca de uma solução viável, sólida e que una o centro, centro direita e esquerda civilizada que sobrevive. E esta união não pode ser com a presença tóxica de um grupo de equivocados e despreparados como o núcleo duro do bolsonarismo.
Bom senso anda escasso, mas não custa nada lutar por ele.
Publicado em: Jornal O Dia 15/09/25