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A população do Rio, formadora de opinião, nas suas sólidas classes médias, precisa amadurecer com os últimos acontecimentos e se tornar mais atenta na hora de votar. Este ano devemos ter eleições municipais.
Hoje, nossa Câmara de Vereadores não é nem sombra daquela que a então capital da República teve. Eram personalidades dignas de respeito e admiração que formavam a maioria na bela casa da Cinelândia. Os mais velhos poderão entender bem quando lembrarmos que ali tiveram assento figuras como Carlos Lacerda, Embaixador Paschoal Carlos Magno, Gladstone Chaves de Melo, Adalgisa Nery, Luiz Paes Leme, Sandra Cavalcanti, Mário Martins, Alberto Cotrim Neto e até um futuro acadêmico Raimundo Magalhães Júnior, entre outros. E hoje? A se sobressair apenas o ex-prefeito César Maia.
No Estado da Guanabara, o nível era outro em relação aos dias de hoje. A falta de apoio dos governos militares a seus aliados empobreceu a representação conservadora, o chaguismo implantou a politicagem barata e demagógica, os ideólogos foram se radicalizando até chegar ao ponto que chegamos de tanta irresponsabilidade no exercício dos mandatos. Além de manter figuras como Cotrim Neto, teve Célio Borja, Álvaro Vale, Ligia Lessa bastos, Danilo Nunes.
A sociedade como um todo tem de assumir sua responsabilidade neste quadro. Foram poucas as iniciativas de incorporar novos valores na capital e no Estado. Francisco Dornelles nos trouxe este jovem valor que é Marcelo Queiroz e o prefeito Crivella aproveitou Adolfo Konder, que, embora jovem, já mostrou vocação para a vida pública, e o Novo elegeu Bulhões. São gotas d’água num mar de mediocridade, para não dizer mais.
Os empresários que estiveram presentes na política local foram se afastando. E a livre empresa pode ter um papel relevante na economia, se bem aproveitada. Semana passada, Claudio Magnavita registrou o sucesso da Riotur, que, mesmo sem recursos, vem promovendo o nosso turismo com grande eficiência, inclusive eventos da envergadura como o Carnaval, com parcerias com a livre empresa.
Vamos aproveitar esses dias de recolhimento compulsório e avaliar a responsabilidade das classes médias voltarem a se interessar pela política, pela vida pública, neste momento em que o Rio precisa do esforço de todos para retomar sua economia abalada com a pandemia.