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A pauta política nacional tem sido medíocre, insensível à necessidade de fazer o país crescer, gerar renda e emprego, e não fazer crescer a quantidade de brasileiros amparados por projetos sociais. E mesmo estes dependem de recursos que não podem vir de mais impostos, e sim de mais produção, mais lucro master tributado.
A vontade política e o planejamento desapareceram do cenário nacional. E deram lugar a uma política menor, que o mais recente exemplo foi a inócua CPI-COVID, que ignorou a escandalosa corrupção nos estados e municípios. A vontade política ali foi a de aparecer e atacar o governo.
O Congresso não teve objetividade de pautar, no ano passado, as reformas, tributária, política, eleitoral e administrativa, nem a questão da segunda instância. E o governo não soube cobrar e se articular temas apartidários, sem atenderem a interesses que não os da Nação.
O governo andou querendo distribuir sem ter orçamento, que, afinal, foi violado, deixando de priorizar privatizações, desidratação do serviço público, cobrar responsabilidade fiscal do Judiciário, gastador mor entre os poderes. Uma reforma nos procedimentos judiciais, cobrando celeridade aos magistrados, eliminando recursos protelatórios, uma aspiração nacional que Legislativo e Executivo não tiveram a paciência de tocarem.
Vontade política vale para estados e municípios, dando ênfase a pontos prioritários. Mas, no Rio, cidade, a necessária revitalização do centro não conseguiu sair das boas intenções. Nem o prédio residencial ao lado da rodoviária, para funcionários municipais, obra do mandato anterior de Eduardo Paes e abandonada pelo desastrado sucessor, foi retomada. O prefeito, que ganhou dimensão política em dois mandatos marcados por grandes obras, parece que esgotou sua imaginação. Os acessos a Barra da Tijuca, por exemplo, continuam congestionando o dia inteiro Lagoa, Jardim Botânico e parte do Leblon, onde caberia eliminar o engarrafamento em pelo menos um dos sentidos com uma passagem subterrânea. O que tem sido feito de positivo deve-se mais ao setor privado, com medidas concretas, em que a Federação do Comércio tem sido relevante.
No Estado, em que os esforços do governo estadual não têm tido o natural apoio federal, quando temos um senador e um vereador filhos do presidente com mandato, e o próprio Bolsonaro teve 30 anos de mandatos. Os acessos rodoviários em obras paradas ou não iniciadas. O Arco Metropolitano, por exemplo, no trecho Washington Luís-Dutra, pede uma ocupação urgente e não apenas policiamento. A vocação industrial é clara. Falta o BNDES atuar com o estado para estimular a fixação de novos investimentos, inclusive aproveitando a proximidade da refinaria Duque de Caxias.
Eleição não é pretexto para blá-blá-blá. Deve ser estímulo para decisões de sentido prático. E se colocar mãos as obras.
Publicado em : Jornal Correio da Manhã. 17-02-2022