Os meios católicos brasileiros, praticantes, ficaram perplexos e até mesmo com certa indignação quando o Papa Francisco, em sua homilia natalina, fez referência ao falecido D. Helder Camara como “o santo brasileiro”. O conhecido prelado é polêmico e foi muito contestado quando incentivou os movimentos armados que queriam implantar o regime comunista no Brasil, conforme declarações dos próprios integrantes do movimento. No final dos anos 60 e início dos 70, estes grupos de jovens recrutados nas classes médias promoveram sequestros de diplomatas – como os embaixadores dos EUA, Alemanha, Suíça e do cônsul-geral do Japão em São Paulo – e execuções sumárias, covardes, de militares estrangeiros em cursos de intercâmbio no Brasil, dezenas de bancários e guardas privados, incluindo entre os condenados os que desejavam abandonar a aventura irresponsável.
Helder Camara é considerado por alguns um caso patológico, dada a uma vaidade exacerbada e a tendência a posições mais radicais. Integrou, como padre, a Ação Integralista Brasileira, de direita e de católicos, e depois foi se aproximando das esquerdas, para não sair das mídias. No governo JK, tentou ser nomeado presidente da Câmara do Rio, então capital federal.
Alguns dos mais importantes intelectuais brasileiros o criticaram duramente, como o escritor católico Gustavo Corção, o economista e jornalista Eugenio Gudin, Roberto Campos, Nelson Rodrigues e outros.
Gudin escreveu uma série de artigos criticando a temporada europeia do arcebispo de Olinda, por anos, falando mal do governo brasileiro, incentivando todo tipo de boicote ao país.
Esta história de tortura, que costuma ser rotina na esfera das polícias, de sentido político ou não, em todos os tempos, em ditaduras ou em democracias, nunca encontrou evidências no Brasil no que toca a presos políticos, como política de Estado. Afinal, quando dos sequestros de diplomatas, mais de uma centena de militantes de esquerda presos foi trocada pela liberdade dos sequestrados, e não se tem notícia de nenhum deles chegar ao exterior apresentando sinais de tortura. Argumento robusto dos militares de que as violências podem ter sido pontuais, mas não habituais.
Os governos autoritários do chamado período militar tiveram problemas com a Igreja chamada de “progressista”, mas que, na verdade, dava ampla cobertura às esquerdas revolucionárias, cujas lideranças não eram bem modelos de católicos. Defendiam e defendem o aborto, o casamento de pessoas do mesmo sexo, a adoção por parte destes casais e o divórcio – inexistente no Brasil da época –, que, sem entrar no mérito, não eram pautas da Igreja. Muito pelo contrário.
O então arcebispo de São Paulo Evaristo Arns e os conventos Dominicanos do estado chegaram a abrigar militantes procurados pela prática de crimes de morte, condenados pela Justiça. Eram os tempos da Teoria da Libertação.
Na documentação apreendida na época pelos militares, constava uma recomendação da URSS, do Comitê Central do PC soviético, datada de 1943, em plena guerra, em que registravam que a derrota na Espanha havia roubado décadas do avanço comunista na Europa e na América Latina e a atribuíam à Igreja e aos militares. Motivo pelo qual davam prioridade a infiltração e dominação de religiosos e militares. Foi o que aconteceu. No Brasil de 64, foram afastados mais militares do que civis do setor público e, em 74, em Portugal, o movimento era de “capitães”. Chavez era Coronel do Exército venezuelano, tentou um golpe e depois foi eleito Presidente e inventou o tal “bolivarianismo”, que nada mais é do que a linha de Fidel Castro.