Petrópolis tem condições singulares para sair da crise que atravessa – e o país também –, sabendo explorar vantagens que só ela pode ter entre as cidades fluminenses e brasileiras.
Depois da capital Rio de Janeiro e, nos últimos 60 anos, Brasília, Petrópolis é a mais frequente presença na História do Brasil. Fundada por Pedro II, foi sua residência a mais usada nos 49 anos de reinado. Decisões de Estado e momentos marcantes da vida pessoal se passaram na cidade, refúgio das elites do calor da capital litorânea. Mas na República não foi diferente e todos os presidentes, até Costa e Silva, usaram e aproveitaram o Palácio Rio Negro. Mas anos dourados foram os da Era Vargas, incluindo Dutra , durante vinte e cinco anos.
Casas históricas, como o Palácio Amarelo, hoje Câmara Municipal, residência do Barão de Guaraciaba, importante político e empresário do século XIX. A casa do Barão do Rio Branco, na rua que hoje leva seu nome. Ex-presidentes viveram na cidade, como Epitácio Pessoa , Hermes da Fonseca , Augusto Rademaker, João Figueiredo e políticos ilustres como Rui Barbosa e Carlos Lacerda. O mundo intelectual, com os acadêmicos Pedro Calmon, Vianna Moog, Afonso Arinos Sobrinho, Cláudio de Sousa – que doou a sua casa à cidade –, Cândido Mendes e até o atual presidente, Merval Pereira, com casa em Itaipava. Escritores como Stephan Zweig, jornalistas como Flávio Cavalcanti, poetas como Raul de Leoni e Vinicius de Morais. Cidade Imperial, o museu mais visitado do Brasil. E, hoje, tem uma elite nacional relevante, como o caso do “cardeal” do setor elétrico, José Luiz Alquéres, o ex-prersidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco.
Petrópolis fica a pouco mais de uma hora do Rio – e pode encurtar este tempo e sua segurança com a nova subida da serra, no novo contrato, mas que precisa ser antecipado –, tem clima ameno, infraestrutura médica e no setor educacional. O comércio nada fica a dever aos maiores centros. A segurança é satisfatória, mas precisa de reforço, pois prevalece a mentalidade das esquerdas de apadrinhar a bandidagem que precisa ser corrigida.
Polo de turismo e gastronomia, pode muito bem voltar a ser relevante na indústria. Tem mão de obra qualificada e morar na cidade é um atrativo, e não missão profissional, como em outras cidades pelo país.
Petrópolis tem um aeroporto próximo, o Galeão, podendo se beneficiar de seu terminal de cargas em expansão. Na mídia, possui o maior e mais longevo jornal do interior fluminense impresso, que é o nosso Diário de Petrópolis.
Falta visão de seus governantes e lideranças para ousarem na captação de investimentos geradores de riqueza, de empregos, de renda. Petrópolis é muito mais do que opção residencial para aposentados das classes alta e média.
Pior cego é o que não quer ver!!!
Publicado em : Diário de Petrópolis 27/03/22