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O experiente, sábio e bem-humorado governador Negrão de Lima, sempre que tomava conhecimento das intrigas que circulavam na política estadual ou federal, costumava lembrar que, ao contrário do que se pensava, o esporte nacional não era o futebol, mas, sim, a “fofoca”.
O experiente, sábio e bem-humorado governador Negrão de Lima, sempre que tomava conhecimento das intrigas que circulavam na política estadual ou federal, costumava lembrar que, ao contrário do que se pensava, o esporte nacional não era o futebol, mas, sim, a “fofoca”. Esta é praticada e cultivada pela população como um todo, estimulando as mais absurdas especulações sobre a política e os políticos. E lembrava que a realidade já era tão rica em fatos teoricamente inacreditáveis que não havia necessidade de se dar asas à imaginação. Nem provocar debates em torno de hipóteses.
Vivemos no Brasil um clima de especulações de toda ordem, em meio a tristes realidades. Uma delas é o comportamento do PMDB nacional, conspirando contra a presidente da República sem o constrangimento de ser o vice-presidente membro destacado do partido. E o governo paralelo, com programa e tudo, é apresentado por político sem mandato, ministro duas vezes da presidente. Este é um fato e não uma fofoca, como diria o sábio político. Por outro lado, vivemos um clima de verdadeiro terrorismo em função dos processos em andamento na Justiça Federal, com participação do Ministério Público e da Polícia Federal. A mão da intriga política se faz sentir no caso do ex e do atual governador do Rio de Janeiro, cujos nomes surgiram no processo sem base em dados confiáveis, o que levou a Polícia Federal a sugerir o arquivamento, agora desfeito por outras instâncias. Sabor de jogo político.
Neste momento, alimentar este noticiário, criar um clima de disputa pelo poder, intervindo no que é apurado pela Justiça, inclusive a grave situação de contas de campanhas eleitorais com irregularidades gritantes, serve apenas para prejudicar ainda mais a combalida economia, que tem no trabalhador punido com o desemprego sua vítima maior.
Existem providências viáveis para minorar essas dificuldades em todos os poderes da República. O Judiciário acelerando os processos e não permitindo que recursos levem à morosidade desgastante para todos. O Executivo cobrando o ajuste necessário para conter a crise econômica e, de certa maneira, social. E o Legislativo deixando de lado interesses pessoais ou corporativos e colocando em pauta os temas de notória urgência, inclusive o destino dos presidentes das duas casas em situação de desconforto perante a opinião pública e a publicada.
Estamos fazendo por desmerecer a democracia, violada no processo eleitoral, sacrificando os brasileiros mais sofridos e passando por triste desgaste internacional. É preciso um mínimo de patriotismo.