A prioridade em cortejar a popularidade fácil e a tentativa de fugir do encontro com uma realidade que pede austeridade podem levar, da noite para o dia, o chamado mundo democrático a um encontro fatal para a paz e a ordem social. Um acontecimento inesperado pode deixar à míngua as nações mais endividadas, como é o nosso caso.
Os países se negam a diminuir o tamanho do Estado, relutam na venda de grandes estatais, persistem no empreguismo descontrolado e aumentam o endividamento. Tudo sem melhorar a produtividade, a formação de riquezas.
Nada é feito para melhorar a qualidade da mão de obra, habilitar trabalhadores a aspirarem melhores salários. E os que conseguem uma boa formação acabam no UBER, pois a gula fiscal e o populismo das leis laborais desestimulam os novos investimentos.
O Brasil, neste momento, tem a vantagem de robustas reservas em dólares, superávit significativo na sua balança comercial. Mas precisa crescer muito no setor industrial para ocupar a grande capacidade ociosa de seu parque fabril. E mesmo o agronegócio vai precisar aguardar a melhora na infraestrutura de transportes, portos e logística, para dar um novo salto. Mas a burocracia impede até que o Rio de Janeiro deixe de estar com seus acessos comprometidos na BR 040, na serra de Petrópolis, na Serra das Araras, na Via Dutra, e no abandono das obras do Arco Metropolitano. Apesar do presidente ser político fluminense.
Os EUA crescem, têm baixas taxas de desemprego, mas possuem dívida gigantesca e muito frágil, na medida em que os chineses são os maiores portadores dos títulos do tesouro americano. Portanto, não custa nada, um belo dia, resolverem vender estes papéis.
O mundo anda discutindo “abobrinhas” e a crise vai se aprofundando. Os setores que atraem os jovens das classes médias, habituais fornecedores de bons quadros técnicos e administrativos, já são mais voltados para a ecologia, ambientalismo, cinema, literatura, música e sociologia. Sempre com viés anticapitalista, debochando da família, da fé e dos bons modos.
Apesar de a URSS ter desaparecido há décadas, prevalece ainda a decisão do Politburo, de 1943, em plena guerra, de se minar a influência da Igreja Católica e dos militares em todo o mundo. Stalin creditava a guerra civil da Espanha como a grande derrota do comunismo, e atribuía aos militares e religiosos o fator determinante do fracasso. Censurou as dezenas de mortes entre religiosos e nobres espanhóis, passando a nova palavra de ordem ser a infiltração nos meios religiosos e militares. A Teologia da Libertação, que chegou a ser forte na igreja latino-americana até a eleição de João Paulo II, foi concebida em Moscou e ainda se faz notar sua discreta, mas persistente, presença no chamado “clero progressista”, na América Latina, que lavrou um tento com este Sínodo que deveria tratar da evangelização das populações amazônicas, hoje evangélicas, mas cuida mesmo é do proselitismo político.
Os esforços de governos mais conservadores, liberais na economia, para vencer barreiras e melhorar as condições dos povos têm sofrido pertinaz campanha nos meios midiáticos. Nem todos os países, por meio de seus povos, acordaram para essas ameaças e marcham, alegre e democraticamente, para o desastre.
Um dos filhos do presidente Bolsonaro foi vítima de exploração desonesta por ter se referido às dificuldades para reformar e modernizar em um regime democrático. O que é uma verdade, e que não implica na defesa de regime não democrático. Na realidade, as baixas qualidade e velocidade dos legislativos e do Judiciário, em quase todo mundo, travam a derrubada de privilégios e atendem a posições meramente ideológicas, longe do racional. Outro filho teve sua mulher alvo de reportagem desonesta, aética e, apesar do pedido de desculpas da revista, a “mídia progressista” ficou calada.
O Judiciário anda exagerando na impunidade e blindagem, e caberia ao governo apresentar projeto no sentido de limitar o Supremo a questões constitucionais e impor prazos a serem respeitados. Hoje, prioridade de pauta é só para quem tem peso político ou bons advogados. E não é só no Brasil. A Peninsula Iberica também tem Judiciario lento, cheio de recursos protelatórios e arguidos livres, leves e soltos , na “dolce vita” . O resto espera anos por um despacho.
A democracia precisa ser aperfeiçoada para garantir a ordem e o progresso.