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Este mês marca os 40 anos da morte do senador Gilberto Marinho, uma das grandes figuras da política do Rio de Janeiro.
Nascido no Rio Grande do Sul, em Pelotas, abraçou a carreira militar, foi professor do Colégio Militar de Porto Alegre, vindo para o Rio de Janeiro, onde exerceu funções de confiança desde muito jovem, ingressando no gabinete do presidente Dutra. Em 1958, chegou a general de brigada. Em 1947, foi eleito suplente de senador e depois, em 1954 e 1962, eleito para dois mandatos. Entre 1968 e 1970, foi presidente do Senado, quando mostrou que habilidade e solidariedade facilitam o exercício da dignidade. Senador da Arena, apoiou o regime, mas reagiu com outros companheiros, como Daniel Krieger e Dinarte Mariz, sobre o fechamento do Congresso no AI-5, o que julgava não poder deixar de fazer, pela função exercida naquele momento.
Esse notável homem público foi dedicado ao mandato, em especial nas suas passagens pela Comissão de Relações Exteriores. Integrou mais de uma vez a delegação do Brasil na Assembleia Geral da ONU.
Homem bem relacionado em todos os segmentos da cidade, foi por muitos anos diretor do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, tendo também exercido funções no setor privado. Foi diretor da Light, empresa que se confundia com a cidade e o estado.
Gilberto Marinho era um típico pessedista, partido a que pertenceu até ser extinto, mas cujo espírito conciliador, austero, ponderado conservou. Formou num grupo de notáveis da Câmara Alta, além dos citados, com Arnon de Melo, Caiado de Castro, eleito com ele em 54 no então Distrito Federal, Rui Carneiro, Luís Viana Filho, Petrônio Portela, Filinto Müller e outros.
O Rio de Janeiro, tanto o antigo Distrito Federal e o Estado da Guanabara, teve uma presença muito expressiva no Senado. Além da eleição, em 54, de Gilberto e Caiado, em 58, foi eleito Afonso Arinos, em 62, Gilberto Marinho, reeleito, com Aurelio Vianna, um evangélico socialista que vinha da bancada federal de Alagoas. Depois, Darcy Ribeiro, Nelson Carneiro, Benjamin Farah, Danton Jobim e, no antigo estado, Amaral Peixoto, Miguel Couto Filho e Vasconcelos Torres.
Político e brasileiro a ser lembrado com respeito.
Publicado em: jornal Correio da manhã 28/03/25