O mundo vive um momento diferente. Antes, ou se vivia os princípios atribuídos à Revolução Francesa – supostos, mas sem consenso de ser verdade –, da liberdade de opinião, ou a ditadura imposta pelos regimes totalitários, como os da Cortina de Ferro e da Alemanha Nazista. Não se deve incluir regimes como o de Franco, na Espanha, do Salazar, em Portugal, e do Mussolini, na Itália. Os latinos sempre foram diferentes. E a direita é biodegradável , os regimes acabam com os líderes.
Agora, a situação é “sui generis”. Não basta você ter uma posição madura e aceitar o casamento de pessoas do mesmo sexo, precisa aceitar também as que optam por uma terceira via, com adoção e outras modalidades. As mídias, especialmente cinema e televisão, querem que você seja adepto e não apenas aceitar. Situação tão absurda que um ator brasileiro, em entrevista, declarou que “pedia desculpas por ser heterossexual, embora nada tivesse contra os homoafetivos”. Nada mais natural que as diferentes opções, tão abertas hoje, sejam respeitadas. Mas daí ao constrangimento de uma situação compatível com a história universal, existe uma indiferença. Decorridos mais de meio século, a socialista francesa parece atual. Ela era do tempo que o socialismo não se aliava ao comunismo. Já agora.
No campo histórico, vive-se o absurdo de se condenar vultos, que viveram outros momentos, há séculos. Desde o caso de Catarina de Bragança, a Rainha de Inglaterra, portuguesa, que teve uma estátua interditada no bairro nova-iorquino do Queens, nome dado em sua homenagem, pois reinou em regime escravagista. Ora, como se os escravos recebidos pelos ingleses no Caribe não tivessem sido vendidos e transportados por negros. Tem agora católicos na Espanha que condenam, ou se omitem, as perseguições a Franco e seus seguidores, em mesquinha troca de nomes em logradouros públicos. Isso se Franco não tivesse se oposto a um grupo que matou milhares de religiosos e executou a burguesia pelo endereço, no triste episódio de Paracuellos. A nova burguesia sabe de tudo, mas silencia. A reação, na Espanha, parece que chegou, mas através das bases mais modestas, que mostram ser as mais dignas.
O dinheiro novo, de jovens talentosos, operadores nos mercados financeiros capitalistas, não receberam educação cívica e ideológica dos pais. Estão acumulando riquezas para entrega a movimentos irresponsáveis, como os bolivarianos na América Latina, os comunistas no passado. Não se conhece instantes socialistas sem o saque, a destruição do patrimônio acumulado por gerações no trabalho. Portugal conhece esta história muito bem.
A grande indagação desta década é a de se saber até onde a burguesia endinheirada vai ser conivente com seus algozes. Até quando os controladores e executivos das grandes empresas continuarão a financiar os mais radicais esquerdistas, anticapitalistas, coniventes com regimes execráveis como os de Maduro e da dinastia Castro, em seus eventos “culturais” e na mídia que os prestigia e oferece generosos espaços e salários?
Faz lembrar o best seller dos anos 1960, “Em cima da hora”, da deputada socialista francesa Suzanne Labin, democrata horrorizada com o que era o comunismo. Em seu livro, traduzido para o português por Carlos Lacerda, ela falava do projeto comunista de conquistar o mundo livre sem dar um tiro, apenas através do controle dos meios de comunicação e dos intelectuais. Em segundo plano, professores e médicos.
Fazendo a cabeça da juventude, iremos vencendo as resistências das classes médias, bases das sociedades democráticas e capitalistas. Daí, também, o estímulo desses governos a fusão de empresas, gerando gigantes, para facilitar, amanhã, a derrubada.