A ABBR é uma instituição plantada no coração dos cariocas. Parte de sua manutenção vem de impressionante número de pessoas de boa vontade, hoje 30 mil, mas foram 60, que doam entre 50 e 200 reais, para a entidade, que é sem fins lucrativos e que tem prejuízo pela tabela do SUS. Sobrevive de doações, da clínica particular e dos planos de saúde, sendo que, destes, o lucro é muito pequeno.
Inaugurada em 1957 com a presença do presidente JK, surgiu de uma doação do empresário Percy Murray, que teve paralisia infantil e foi tocado pela generosidade de D. Malu Rocha Miranda, depois por outros idealistas, até termos o admirável Deusdedith Nascimento, em dedicado presidente, no voluntariado há mais de 20 anos.
Mas, nestas duas últimas décadas, a entidade contou com a dedicação integral de seu executivo, Aquiles Ferraz Nunes, competente gestor, com passagem nos sindicatos dos bancos e das financeiras do Rio. Foi durante anos braço direito do saudoso Theophilo de Azeredo Santos, também membro do Conselho da ABBR.
Aquiles acaba de se aposentar, cercado do respeito e admiração de todos os que vivem aquela benemérita e exemplar instituição, a mais importante e de referência no Rio de Janeiro. Deusdedith e Aquiles assumiram a ABBR em estado quase falimentar e, hoje, a entidade está com suas contas em dia, tendo enfrentado estes meses de pandemia com muita segurança e solidez.
Eduardo Paes esteve, em seu mandato anterior, visitando a sede no Jardim Botânico, onde funciona uma escola municipal para crianças com problemas e eu pude testemunhar sua emoção às lágrimas ao percorrer as instalações e ver a missão comovente de reabilitar pessoas seriamente prejudicadas, boa parte com a falta de membros. Sem a ABBR muitos teriam perdido o sentido da vida.
As homenagens que Aquiles recebeu, além de merecidas, proporcionaram a oportunidade de se lembrar da presença no Rio de uma instituição com essa nobreza e com quadros exemplares, desde as saudosas Malu Rocha Miranda e Mariza Murray – cunhada do doador – até o abnegado Deusdedith Nascimento. Que estes exemplos vinguem!
Matéria postada em: Correio da Manha 04/06/21