A omissão do DNITT e mais as prefeituras de Caxias, Petrópolis, Areal e Levy Gasparian estão criando um monstro rodoviário, que é a ocupação irregular das margens da importante estrada.
A subida da serra, por exemplo, se antecipou a sua desativação com a construção da nova via, e já está favelizada em todo o seu percurso nos dois municípios. A pista da descida, entre o Bingen e o Belvedere, já apresenta aglomerações habitacionais irregulares ostensivas. No km 58, direção Juiz de Fora, um núcleo está sendo formado, a olhos vistos. Não existe a preocupação de se construir sob proteção da vegetação. A União e Indústria já é um favelão entre Pedro do Rio e Areal.
Esse quadro atenta contra a segurança dos passantes, o turismo e, o que é mais grave, o turismo de segunda casa, que responde por mais da metade do emprego nos distritos e mais da metade do movimento do comércio. O grande empregador é a restauração e a hotelaria. Ninguém vai sair do Rio ou de Niterói para este tipo de convívio. Quem sobe busca paz, ordem, segurança. E a desvalorização dos imoveis, como ocorreu no outrora valorizada região do Castelo de Correas.
A esta altura, o poder público tem de gerar emprego e renda para esta população e agir para deter o crescimento das construções.
Na União e Indústria, entre Nogueira e Carangola, são centenas de unidades habitacionais de média e baixa renda sendo ocupadas, o que já vai agravar a questão do trânsito local.
São muitos os exemplos ao redor do mundo de se matar a galinha dos ovos de ouro deixando o crescimento de estâncias de lazer e prazer se deteriorar. Ganância insensível, demagogia criminosa na cumplicidade.
A sociedade não pode continuar nessa perplexidade, omissão ou conformismo com a situação que agrava os problemas sociais. Urge um programa.
Publicado em : Diário de Petrópolis 14-11-21