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A esquerda mundial passou a adotar o discurso da defesa da democracia e “do estado de direito” denominando de extrema direita as forças políticas liberais-conservadoras na economia e nos costumes. A farsa vem perdendo sua validade e em muitos países as sondagens e mesmo resultados eleitorais demonstram que a maioria não se deixa influenciar pelo discurso, e sim quer se ver livre dos governos medíocres populistas e socialistas. Como a esquerda é pragmática, se une com mais facilidade do que as forças do centro para a direita.
O viés populista intimida o investimento gerador de bons empregos, mantendo a população de muitos países dependente de favores do Estado, o que permite uma base eleitoral sólida.
A receita da dominação passa por economia controlada, altos impostos, controle das mídias, demonização da religião, dos valores da família tradicional, da ação policial contestada, assim como a hierarquia nos lares e no trabalho. A inversão dos valores até aqui vigentes.
Mas o mundo está competitivo em termos de economia e quem não souber atrair capital, produzir com qualidade, produtividade e sustentabilidade vai perder espaço. Afinal, o muro caiu há meio século pela falência do modelo que não mais conseguia manter as prateleiras dos mercados abastecidas. A livre concorrência só existe nas democracias. Alguns dos discursos mais apelativos são os que, em nome do “interesse nacional”, promovem barreiras alfandegárias ou reservas de mercado. Na verdade, é o cacoete da esquerda do atraso, contra o capital e o empreendedorismo. A ilusão gerada pela demagogia pede crise na economia, baixos salários e péssimos serviços públicos.
No Brasil, esses políticos ficaram conhecidos no passado como melancias, pois eram verdes e amarelos por fora e vermelhos por dentro. Criaram e exploraram estatais, fontes de corrupção, empreguismo e privilégios. Impediram investimentos no petróleo e gás por décadas.
O comunismo não morreu como propagam. Vive de outra maneira, já que com a globalização e o crescimento econômico já não seria possível a cortina de ferro física e econômica nem manter milhões de pessoas prisioneiras. Mas o espírito e o teor marxista estão presentes. Putin que o diga.
O que assistimos no Brasil hoje é uma pauta ideológica equivocada. Preocupam a todos a solidariedade a Venezuela, a tentativa de socorrer a irresponsabilidade argentina,com recursos públicos brasileiros através de credito, o silêncio com o que ocorre na Nicarágua, a dubiedade, que já não se pode mais chamar assim, na invasão da Ucrânia. E, no campo interno, a já não sutil intimidação de oposição e a cooptação por uma maioria frágil, que não resistirá a um espirro na economia.
A indiferença do governo em facilitar o investimento, atrair capitais de risco, assustar com carga fiscal e o paternalismo na legislação trabalhista apontam para a determinação de fundo ideológico. Gastança com dinheiro publico leva a inflação, mais impostos, menos empregos, mais insatisfação.
Na Europa procura-se assustar o eleitor com a “ameaça fascista”, permitindo que o centro acabe associado a esquerda, que tem objetivos permanentes para a conquista do poder. Estes governos acabam sendo tolerantes com o grevismo nos serviços públicos, condenar projetos empresariais em nome “do meio ambiente”, como se o desemprego ou o subemprego não fossem a agressão maior a qualidade de vida da sociedade.
A volta da melancia parece clara.
Publicado em: jornal Diabo.pt 16/09/23