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Existe na militância cultural de Minas uma nova geração com fortes vínculos no interior do estado, onde é exercida a atividade intelectual, o respeito aos valores da história, o culto aos grandes nomes da nacionalidade, em diferentes setores, que têm sido pouco explorados pela sociedade da capital.
Na poesia, em que Minas tem tradição, consolida-se Petrônio de Souza Gonçalves, hoje buscando na serra do Cipó, em Conceição do Mato Dentro, a inspiração que o faz sensível e moderno em seus poemas, já editados e louvados.
Curvelo, de Lúcio Cardoso, tem hoje um dínamo em Newton Vieira, que é trovador de excelência, estudioso das tradições musicais da região, grande divulgador da vida e obra de Clara Nunes, com publicações de referência. Newton muito tem feito não só em Curvelo, mas em toda região, onde está presente em inúmeras entidades culturais, que permitiram uma presença no Rio, no Ceará e no Rio Grande do Sul. No mais, é um exímio contador de histórias, que o faz ser ouvido com atenção e prazer nas tertúlias curvelanas.
A Pompéu, de D. Joaquina e de Francisco Campos, tem uma ação cultural, na história e nos valores cívicos na exemplar dedicação de Hugo de Castro Machado, que fez do Centro Cultural Dona Joaquina, do movimento monárquico local, uma marca da cidade, sendo visitada por ilustres brasileiros. Luz tem Ozorio Couto seu nome maior, mas tem uma nova geração com valor como é o caso de Iacones Batista Vargas.
Diamantina tem em Erildo Nascimento de Jesus, o criativo idealizador da Vesperata, hoje ponto alto no calendário da cidade de JK e deD. Sigaud. Educador, já é presença no HIGMG, entidade que se firma como a casa da cultura e do saber de Minas Gerais.
E Congonhas não pode estar ausente neste movimento jovem, que tem em Paulo Henrique de Lima um respeitado ativista, estudioso, que já foi biógrafo de dois ilustres filhos da terra. E está para lançar uma oportuna biografia de Dalva de Oliveira, expoente da música popular por décadas e muito presente entre os mineiros.
Douglas Fasolato é hoje um gestor cultural de presença nacional. Fez do Museu Mariano P rocópio de Juiz de Fora um dos mais visitados do Brasil, num trabalho competente e de muito idealismo. Hoje presta relevantes serviços na Cultura do Rio de Janeiro, mas sem perder a mineiridade está levando a BH a coleção de quadros do antigo Banerj.
Aprendi a valorizar estes exemplares militantes no interior de Minas ao conhecer e me tornar amigo de Márcio Bertola, o saudoso defensor das tradições, dos vultos e da história da querida Barbacena. Ele plantou e frutificou.
Publicado em : Jornal Hoje em Dia -BH 28 06 22