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A pauta das esquerdas em torno do que chamam de “nova era” não se prende a defesa das ideias socialistas ou marxistas que marcaram o debate e as disputas eleitorais no século passado. Hoje, o importante é a destruição de valores em geral, como família, moral, ética, sentimento de pátria, religião. A destruição do capitalismo não obedece a razões ideológicas, mas sim a desorganizar as sociedades para a implantação do caos.
A tolerância com as drogas, o combate à ação dos policiais e a defesa de pequenos furtos, em nome “do quadro social injusto”, inquietam as classes médias e os setores dos trabalhadores com formação religiosa e moral. Esta retórica acaba por incentivar reação com reflexos eleitorais nos países mais desenvolvidos. O mesmo não ocorre na América Latina e na África, onde o nível de educação é baixo e a miséria, alta. Fora do capitalismo e dos regimes mais conservadores, reina a corrupção, violência e muita miséria. Mas o discurso por vezes ilude as massas ignorantes. Onde eles deram certo?
A última no Brasil foi a decisão do Supremo Tribunal na proteção ao direito de se morar nas calçadas, diante de residências ou estabelecimentos comerciais. Estima-se que Rio e São Paulo tenham nos seus melhores bairros cerca de 60 mil moradores de rua. Em São Paulo, no antigo centro, seriam cinco mil drogados no local conhecido como cracolândia. A ação policial é vigiada por atentos políticos dos partidos mais à esquerda, preocupados com os “direitos humanos”, mas não com as casas comerciais que vão à falência e os moradores que receiam sair às ruas à noite. Um quadro dramático na maior cidade do Brasil, com renda per capita de primeiro mundo.
A desigualdade neste combate está na dedicação integral dos militantes de esquerda na sua pregação, na intimidação, no influenciar leis que inibam o empreendedor, gerem o terrorismo fiscal e tornem o setor público obeso, inoperante, ineficiente. Não se fala da eficiência dos serviços de saúde entregues à gestão privada. Procuram é terminar com experiências vitoriosas de reconhecimento público inquestionável.
Já os capitalistas, a burguesia em geral, é mais voltada a produzir, trabalhar, estudar. Por vezes, a sociedade de consumo afasta os pais do dever de educar e as novas gerações nem estudam nem trabalham. Atrás de todo jovem esquerdista, nas universidades privadas, tem uma mesada dos pais para financiar a dedicação à causa de destruir o capitalismo que os sustenta.
Em 1943, mesmo enfrentando a invasão alemã, Stalin reuniu o Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética para avaliar o que considerava a derrota que atrasou a ascensão comunista, a Guerra Civil de Espanha. Chegou à conclusão de que três correntes da sociedade espanhola estiveram unidas contra os comunistas denominados “republicanos”: a Igreja Católica, os militares e os proprietários rurais. Por isso, no pós-guerra e até hoje, vemos a Igreja dividida, apesar de João Paulo II ter combatido a “teologia da libertação”, e os militares infiltrados, como Chávez fez na Venezuela, e Pietro tenta fazer na Colômbia e Lula estimula no Brasil, explorando as bobagens de Bolsonaro com meia dúzia de militares que, mesmo constrangidos, dialogavam em torno de ilusões com o então presidente da República. E o capitalismo é alvo do cerco da perigosa legislação laboral, que faz do empregar um risco, com alta de impostos e uso da questão ambiental para barrar empreendimentos imobiliários ou industriais.
E, para completar, contam com a ingenuidade dos capitalistas que se encantam com artistas e intelectuais de esquerda e os patrocina.
Publicado e: Jornal Diabo 14/10/23