Tivesse a nossa Petrópolis interesse em preservar seu grande patrimônio, que é sua história no Império e na República até a mudança da capital em 1960, os petropolitanos estariam sabendo um pouco dos grandes brasileiros que nasceram, morreram ou moraram na cidade, justificando as homenagens através de logradouros públicos. Na Europa, faz parte do patrimônio invisível das cidades a sua história e de seus ilustres moradores.
Quantos leitores sabem que Paulo Barbosa, que era Paulo Barbosa da Silva, foi influente Mordomo-mor do Império, que amava Petrópolis, que foi militar e diplomata, nascido em Sabará, Minas Gerais, Foi decisivo na consolidação da cidade. Foi diplomata e divulgou Petropolis como clima europeu proximo a capital.
O Coronel Veiga é outro que pouca gente sabe ter sido o primeiro presidente da Câmara dos Município, que deve a ele passar à cidade, mesmo com a discordância do Imperador.
Quem vê passar o ônibus Sargento Boening, ou lê sobre os efeitos da chuva naquela rua, não sabe que o jovem militar petropolitano foi herói da FEB nos campos de batalha na Itália, onde morreu. Assim como o Monsenhor Bacelar, capelão da Família Imperial, que construiu e morou na Casa Franklin Sampaio, descendente do Barão de Mauá, na entrada da Av. Koeler. Outro benfeitor da cidade foi o Barão de Sepetiba, conhecido como Aureliano Coutinho, presidente da Província Fluminense.
É preciso uma ação rápida para preservar o que resta dos palácios dos tempos imperiais, das casas ligadas à história da cidade e do Brasil. Já foram destruídas muitas, como o Chalet Miranda, imortalizado nas cartas de Pedro II à Condessa de Barral. E colocar nestas ruas uma placa com texto resumido de quem foram estes e outros benfeitores da cidade.
A casa do Visconde de Ubá, um dos maiores fazendeiros do Vale do Paraíba, é hoje a Universidade Católica de Petrópolis.
A Petrópolis que está nos muitos livros – inclusive um do nosso vizinho de página, José Luiz Alquéres, ilustre petropolitano – precisa chegar aos habitantes da cidade e de seus distritos. Um mínimo de sensibilidade de seus dirigentes no Executivo e no Legislativo
Publicado em: Diário de Petropolis 05-06-22