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Existem ramos de negócios cuja motivação maior não está na rentabilidade, mas, sim, na paixão. Um deles é a aviação, que tem se mostrado um negócio de altíssimo risco.
A Varig surgiu dos funcionários no Brasil da empresa alemã Condor, extinta com a guerra. Rubem Berta foi seu líder e comandante até morrer. Assim como Helio Smidt e depois Fernando Pinto, salvador da TAP.. E os empregados na Fundação Rubem Berta, que deteve o controle da empresa, que era a paixão de seus passageiros. A VASP foi fundada pelo interventor Adhemar de Barros, que era aviador. A Cruzeiro do Sul também teve sua história ligada ao idealismo de Bento Ribeiro Dantas. A Panair viveu da dedicação de Paulo Sampaio, que respirava aviação. Todas terminaram.
A TAM foi fundada por Rolim Amaro, agora fundida com a chilena LAN, formando a LATAN. A Gol veio do transporte terrestre, num lance de coragem de um grupo forte e que apostou no negócio. Nos EUA, onde não existe proteção estatal para empresas privadas, muitas se foram nos últimos anos. A PAN AM é a mais emblemática, pelo tamanho e pioneirismo. A Continental, que teve linhas para o Brasil, foi fundida com a Delta, e a Braniff acabou nos anos 1970.
Na Europa é que as empresas até recentemente viviam com seus prejuízos cobertos pelos governos, numa imensa injustiça com a maioria da população que não usa nem é empregada em empresa aérea. Algo começou a ser feito, como a fusão AirFrance-KLM, a IBERIA-BRITISH e o início da venda da TAP, embora o governo tenha ações e direitos a intervir na gestão da empresa a título da “defesa do interesse nacional”, forma sofisticada de proteger mordomias de funcionários e linhas deficitárias. Paixão cara.