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Depois de eleger Carlos Lacerda e Negrão de Lima, no então estado da Guanabara, e Amaral Peixoto e Edmundo Macedo Soares, no antigo estado do Rio, o eleitor parece que desaprendeu a votar. Um retrocesso em tudo, inclusive na qualidade de seus homens públicos. E entre estes, é claro, os seus grandes empresários e suas grandes empresas.
O Rio perdeu os bancos que aqui tinham suas diretorias, muitos fechados, outros absorvidos por paulistas. E os líderes empresariais, que eram verdadeiros estadistas, como foi o caso dos presidentes da Associação Comercial Rui Gomes de Almeida, Rui Barreto e Antônio Carlos Osório. A entidade, independente, foi a única a manter uma presença positiva no debate nacional e na defesa dos interesses regionais. Mas o enfraquecimento político passou pelo desaparecimento de poderosas organizações da mídia, como Bloch Editores, Manchete, revista e rede de televisão, os Diários Associados, a grande obra de Assis Chateaubriand, jornais de prestígio nacional, como Jornal do Brasil, Diário de Notícias, Diário Carioca. A tradição foi agora resgatada pelo nosso Correio da Manhã.
O potencial não é aproveitado e falta um projeto realista, compatível com o momento que o país e o estado vivem, para recuperar, pelo menos, parte do que foi perdido. Vocações a serem consolidadas, como centro de alta tecnologia, e centros de pesquisas e estudos existentes a serem ampliados. Precisamos de executivos, de empreendimentos, e não do palavreado oco, vazio, pedante, de um mundo acadêmico que frequenta as mídias, mas que está no mundo da lua, distantes da realidade da economia e do social. Quem tiver a curiosidade de comparar os quadros políticos e administrativos dos anos 1960 com hoje vai se assustar. No executivo, no Legislativo e mesmo no Judiciário. O Rio vem se apequenando e urge reverter este quadro. Gente boa existe, mas sendo barrada pelos que assumiram o controle de todos os poderes e acabaram com a indústria e os serviços.
Atrás de todo esse quadro desfavorável, percebe-se a presença daqueles que fazem da desgraça coletiva o combustível para uma pregação de ódios, ressentimentos e interesses inconfessáveis, e mordomias claro !
A reação se impõe!