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O Rio anda mesmo precisando das bênçãos divinas, pois um de seus mais graves problemas está nas mãos daquele que vem sendo considerado um dos três melhores membros do governo Bolsonaro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
Vamos para o terceiro ano de governo e as estradas continuam abandonadas, sucateadas ou deformadas. A nova subida da Rio-Petrópolis foi parada, com parte pronta, abandonada, sendo degradada, por detalhes que uma boa reunião das partes envolvidas resolveria. É o acesso a Minas, Brasília e ao norte via BR 116, conhecida como Rio-Bahia, mas com o nome oficial de Presidente João Goulart.. Sem falar na região serrana tendo como referência Petrópolis. Chega a ser inacreditável a omissão do poder público, das bancadas do estado e até das forças da sociedade, pois a estrada é paga, inclusive no trecho prejudicado pelo abandono da obra.
A Rodovia Presidente Dutra, ainda a mais importante do país, ligando as duas principais cidades, Rio e São Paulo, tem seu gargalo na descida da Serra das Araras, cujo traçado é dos anos 1930, contrastando com a subida, que é moderna e ao lado da qual está prevista a nova pista. A concessionária já mudou e o projeto não sai do papel. Seria o caso de se liberar a licença ambiental, agora que temos um ministro como Ricardo Salles, que é homem objetivo, pragmático e justo. A estrada é lucrativa, transporta riquezas, passa por regiões ricas na produção, como o Vale do Paraíba, nos dois estados, e a situação caótica se arrasta sem explicação plausível. Basta vontade política, prioridade ao interesse nacional, pois nem é uma estrada regional.
O Arco Metropolitano, uma obra grandiosa ligando Itaboraí, o projeto Comperj, a Rodovia Presidente Dutra, cruzando a Washington Luís, e chegando na BR 101, são outros crimes, na medida em que o trecho de Itaboraí a Guapimirim tem obras de arte abandonadas em valor próximo de um bilhão de reais. E está em péssimo estado de conservação. A estrada é vital, inclusive para a Região dos Lagos. Depois de cruzar a Dutra, ela vai até Itaguaí, seu porto, e a BR 101, na direção do litoral sul, do posto de Angra dos reis. É possível mais este absurdo?
A segunda cidade do Brasil está, na verdade, sitiada em termos rodoviários, em país onde tudo circula sob rodas. A sociedade omissa tem parcela de responsabilidade, pois o silêncio que cerca este inaceitável descalabro chega a impressionar.
O ministro Tarcísio, por mais que esteja fazendo por todo o país, será certamente cobrado por não ter procurado reunir os responsáveis pela situação caótica do Rio na sua área, embora tenha envolvimento o BNDES, o Meio Ambiente, as concessões etc.E ele é carioca…
O Rio agradece um mínimo de atenção para o assunto.