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Quando o Brasil tiver governo compromissado com o desenvolvimento econômico e social – lembrando que sem o econômico fica difícil o social e até a democracia –, uma das questões a ser abordada para uma rápida resposta é a da mineração. O setor é importante na pauta de exportações com o mineiro de ferro, produzimos preciosidades desde o ouro até o nióbio em que somos dos poucos com tecnologia que viabiliza sua produção e carecemos de uma política pragmática e atraente para outros minerais, como as terras raras.
Até mesmo o carvão mineral abundante no Sul, com as tecnologias modernas, pode ter uso menos poluente e voltar a atender à indústria cimenteira até o paralelo de Vitória, como foi feito no governo João Figueiredo por iniciativa do ministro César Cals. O carvão, além de ser usado como combustível, se incorpora com suas cinzas ao processo produtivo que permite um cimento de melhor qualidade.
Entre as questões que beiram o inacreditável, está o imenso potencial da região amazônica, com reservas comprovadas de preciosos minerais que o país necessita, a começar pelos aplicados nos fertilizantes que importamos. Mas tem mais em toda a região, bloqueada pela ação deletéria dos pseudoambientalistas e pelas imensas reservas indígenas.
O Amapá entrou nesta novela em função da exploração de petróleo na sua costa, onde, a poucos quilômetros a Guiana, já se produz mais de milhão e meio de barris por dia, que seria por si só a redenção daquele estado sofrido, praticamente isolado do Brasil. Mas o Amapá tem mais, inclusive ouro, que pode ter a produção aumentada, carvão e mais ferro. Poderia produzir ferro gusa para o mundo.
Quando o território foi ganho pelo Brasil em ação diplomática do admirável Barão do Rio Branco, os franceses lamentaram a perda justamente em função do imenso potencial da mineração naquela área incorporada ao território nacional. Mais de um século atrás e até hoje pouco feito pela exploração. Apesar de mais de 70% do estado ser “reserva indígena” de poucos índios, inclusive.
Uma pena que o Projeto Rondon, que levou milhares de estudantes do Centro, Sul e Sudeste a visitar as fronteiras do Brasil, para consciência cívica, tenha sido interrompido pela custosa redemocratização. Parece que o
fato de os governos militares terem feito tanto pela Amazônia fez com que os ressentidos revanchistas se tomassem de ódio pela região. A grande Transamazônica está até hoje sem pavimentação e a Manaus-Porto Velho, intransitável há cinco meses, isolando uma população superior a um milhão de brasileiros. A Zona Franca de Manaus, base do progresso no grande estado, vez por outra sofre ataques e questionamentos, como na revisão da Constituição em 1993 de parte do então senador paulista José Serra e até recentemente, na “reforma” do ministro Fernando Haddad.
Desenvolver a Amazônia, dar emprego e renda a seu povo e explorar suas riquezas é que é defender a soberania nacional. Esta pede mais trabalho, coragem e patriotismo do que simples bravatas.
Agora, com decisão do Congresso, o governo não asfalta a estrada senão quiser.
Publicado em: Jornal O Dia 15/12/25